domingo, 25 de março de 2012

Alfabetização-Fases da escrita.wmv



Vale a pena ver! APROFUNDAR PESQUISAS E PRÁTICAS sempre! Eu gostei muito da objetividade da apresentação dos responsáveis por esse video!

quarta-feira, 21 de março de 2012

Veja o site da ONU E TIRE SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES - Distribuição de renda X fome no Brasil e no mundo! O PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO TEM QUE SABER ISSO OU NÃO?

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TrabalhoVagas no BrasilVoluntariado

Anuário Estatístico da FAO afirma que dois terços da fome se concentra em sete países

Anuário Estatístico da FAO constitui uma série de estatísticas sobre quatro temas: recursos agrícolas de base, fome, alimentação mundial e sustentabilidade.
21/03/2012 »

POESIA NA ESCOLA: REALIDADE X FICÇÃO = CONSCIÊNCIA SOCIAL E CRÍTICA

O bicho

Vi ontem um bicho
na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos
Quando achava alguma coisa
Não examinava nem cheirava
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus era um homem.

Manuel Bandeira




Pessoas que se alimentam de lixo

A Desigualdade Social no Brasil.

Pobreza e Exclusão Social

Entrevista Jô - A primeira repórter com Síndrome de Down do mundo!

Ser diferente é NORMAL!!! Síndrome de Down

terça-feira, 20 de março de 2012

Dia 14 de março - DIA DA POESIA - Ouçamos...Lindo! Meus Oito Anos (Casimiro de Abreu).mpg

A ESCOLA não tem como fugir...se não se sente preparada...tem que se preparar! O Professor, a Professora é de fundamental importância para o atendimento desses alunos/as!

Associação Brasileira de Síndrome de Tourette, Tiques e Transtorno Obsessivo Compulsivo
APRESENTAÇÃO
HistóricoEstatutoEstruturaProjetosATIVIDADES
AtendimentoEntrevista de orientaçãoGrupos de apoioEncontros educacionaisRetrospectivaNOVIDADES
Boletim informativoEventosUtilidade públicaLivrosEDUCAÇÃO
ProjetoMaterial sobre TOCMaterial sobre STGERANDO SAÚDE
ProjetoAtividade físicaNutriçãoOutras atividadesLaboratório de Neuropsicologia Clínica
Setor de Neurociências
Universidade Federal Fluminense
GUIA PARA PROFESSORES SOBRE A
SÍNDROME DE TOURETTE
Senhor Professor:
É possível que você nunca tenha ouvido falar em Síndrome de Tourette.
Entretanto, esta síndrome engloba uma série de sintomas que podem afetar consideravelmente o desempenho de uma criança na escola, tanto em termos acadêmicos quanto em nível de comportamento. Portanto, torna-se importante que você saiba um pouco sobre o problema. A sua motivação em tomar conhecimento da Síndrome de Tourette através deste folheto já representa um grande passo no objetivo de ajudar ao máximo a criança portadora desta síndrome. Os pais, a criança, os profissionais médicos e para-médicos e, especialmente, os professores, todos trabalhando em equipe, podem assegurar que as crianças com este distúrbio atinjam todo o seu potencial.
Este folheto é organizado em três seções. A primeira descreve a Síndrome de Tourette – suas causas, sintomas e tratamentos. Na segunda parte, sugestões são oferecidas para professores e demais profissionais da escola (orientadores, psicólogos, por exemplo) compreenderem as necessidades específicas algumas perguntas, com sugestões de respostas, comumente colocadas por professores que lidam com crianças com a Síndrome de Tourette e duas famílias.

UMA SITUAÇÃO POSSÍVEL
Uma criança em sua classe causa perplexidade. Ela é inteligente, amigável, ansiosa em agradar, geralmente bem comportada e educada. Entretanto, sem nenhum motivo aparente, ela perturba a aula com roncos desagradáveis. Ela também pisca os olhos constantemente, apesar do médico de olhos afirmar que ela não precisa de óculos, e também persiste em se mexer muito no assento. Você já falou com a criança e com os pais dela sobre este comportamento, porém ela continua a apresentá-lo. Você para e pensa: Será que ela está chamando a atenção porque seus pais se separaram há pouco tempo? Será que está muito ansiosa em relação a alguma coisa? Ou será que apresenta algum problema emocional que não parece óbvio? Finalmente, algum médico sugere que esta criança possa ter a Síndrome de Tourette.

O QUE É A SINDROME DE TOURETTE?
A Síndrome de Tourette (ST) é um distúrbio neurológico. Tipicamente, os sintomas da ST aparecem na infância, e a época mais comum para o surgimento dos movimentos é nas séries iniciais do primeiro grau. Desta forma, os professores podem ser os primeiros a observar os sintomas da ST. Há quatro aspectos básicos que caracterizam o distúrbio. Enquanto que estes quatro aspectos básicos são necessários para o diagnóstico, há comportamentos associados que frequentemente são observados em pacientes com a ST. Estes comportamentos serão abordados mais adiante.
A criança com a ST exibe múltiplos tiques motores involuntários. Estes tiques podem ser movimentos súbitos da cabeça, ombros ou até mesmo de todo o corpo; piscar ou virar de olhos; caretas; ou comportamentos repetitivos de tocar coisas ou bater com os dedos. Em algumas crianças estes movimentos assumem um padrão muito complexo e podem até mesmo incluir comportamentos direcionados do tipo cheirar objetos ou ligar e desligar as luzes repetidamente.
O segundo aspectos da ST engloba os chamados tiques fônicos – emissão involuntária de ruídos, palavras ou expressões. Entre estes podemos incluir: fungar, pigarrear ou tossir repetidamente; uma variedade de sons ou gritos; risos involuntários; ecolalia (repetição do que outra pessoa ou a própria criança acabou de dizer); a coprolalia (dizer palavras socialmente inapropriadas). Este último tipo de tique fônico na verdade não é muito comum, porém parece ser um dos mais conhecidos.
Outro aspecto característico da ST é o vai-e-vem dos sintomas. Há fases em que os tiques são muito intensos e outras em que a criança aparenta estar livre dos sintomas.
Finalmente, os sintomas da ST mudam com o passar do tempo. Em uma determinada idade a criança pode exibir piscar de olhos e fungamentos. No ano seguinte ela pode elevar um dos ombros e fazer “cheques” com a língua.
Outra característica especialmente marcante da ST é que os tiques, embora involuntários, podem ser suprimidos durante alguns segundos ou por períodos mais prolongados por determinadas crianças. Desta forma, uma criança com tique fônicos pode permanecer totalmente quieta durante a missa e, no caminho de volta para casa, os tiques eclodirem com maior intensidade e freqüência do que de costume. Estes aspectos da ST pode erroneamente levar as pessoas a acreditarem que os comportamentos são propositais, ou que a criança realmente não possui tique nenhum.

O QUE CAUSA A SINDROME DE TOURETTE?
Até recentemente, as pessoas com a ST e suas famílias sofriam muito já que a razão do seu comportamento estranho não era compreendida pela comunidade médica. A maioria recebia um diagnóstico incorreto e tratamentos inapropriados, e os médicos diziam que elas tinham um problema causado por uma variedade de distúrbio neurológico, com sintomas associados que afetam o comportamento. É muito bom que os professores conheçam os sintomas deste distúrbio, já que os educadores frequentemente se encontram na melhor posição para observar o comportamento de uma criança por períodos de tempo prolongados.
Atualmente é aceito que a ST, juntamente com alguns problemas associados, é um distúrbio genético. É comum encontrar um ou mais tiques motores ou comportamentos associados no distúrbio em membros da família do paciente. Os pais destas crianças freqüentemente têm sentimentos de culpa por terem transmitido este problema a seus filhos, como ocorre com todos os distúrbios geneticamente transmitidos. É importante ser sensível a isso ao conversar com os pais.

TRATAMENTO DA SÍNDROME DE TOURETTE
Quando os tiques são discretos, a criança pode ser diagnosticada e não necessitar de tratamento médico. A aceitação do fato de que os sintomas e comportamentos estão fora do controle da criança e não são propositais, e algumas vezes suficientes para permitir que a criança funcione confortavelmente na escola e em casa. Também pode ser útil informar aos pais e aos colegas de turma sobre a ST, a fim de que eles possam entender o motivo dos tiques. Em alguns casos, entretanto, os tiques podem incomodar tanto a criança a ponto de tornar aconselhável o tratamento médico. Infelizmente não existe uma “pílula mágica” capaz, ao mesmo tempo, de abolir os sintomas e não apresentar efeitos colaterais prejudiciais à criança. Muitas das medicações utilizadas atualmente podem apresentar sérios efeitos colaterais, sendo mais comum ganho de peso, sonolência e “lentidão de raciocínio”. Além destes, também pode ocorrer inquietude, sintomas depressivos, fobia à escola ou até mesmo reações alérgicas graves. Assim sendo, as medicações capazes de ajudar também apresentam o potencial de tornar a criança sonolenta ou menos apta a se concentrar e aprender na escola. As medicações, embora reduzam os sintomas, raramente os eliminam por completo. Portanto, cabem os pais e médicos decidirem se os benefícios da medicação superam os efeitos indesejáveis. A informação sobre o funcionamento da criança no dia-a-dia na sala de aula é fundamental para este processo de decisão, sobre a necessidade de medicação.

DISTÚRBIOS ASSOCIADOS
Para muitas crianças com a ST, os tiques são os únicos problemas capazes de afetar sua adaptação na sala de aula. Pesquisadores clínicos observaram que há uma associação entre a ST e vários outros distúrbios que afetam diretamente o comportamento e o aprendizado. Muitas vezes, estes outros problemas representam o maior desafio para os educadores.

DISTÚRBIO DEFICITÁRIO DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE
Uma alta porcentagem de crianças encaminhadas para tratamento da ST também apresenta problemas no nível de atenção, hiperatividade e controle de impulsos. Muitas vezes, são estes fatores os que mais interferem na sala de aula. O tratamento das crianças com esse problema e com a ST é complicado, já que os medicamentos tipicamente usados para tratar problemas de atenção acentuam os sintomas da ST.

COMPORTAMENTOS OBSESSIVO-COMPULSIVOS
Algumas pessoas com a ST também apresentam comportamentos obsessivo-compulsivos, havendo uma necessidade incontrolável de completar determinados rituais. Estas pessoas podem refazer uma tarefa muitas vezes por causa de pequenas, quase que imperceptíveis imperfeições. Algumas crianças podem praticar rituais como “igualar”, ou seja, tocar em braço e depois o outro o mesmo número de vezes, ou um ritual do tipo tocar ou andar aos pulos antes de entrar em uma sala. Ao crescerem, podem começar a acreditar que alguma coisa ruim irá acontecer a eles ou aos outros se este ritual não for completado. Em uma sala de aula, esse tipo de comportamento pode, algumas vezes, dificultar a execução adequada de uma tarefa.

DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM
Um número desproporcionalmente alto de criança tratadas para a ST também manifesta alguma forma de distúrbio de aprendizagem. Problemas de integração visuo-motora, que dificultam a execução de tarefas escritas, são bem comuns. Porém, dependendo da criança, todo o espectro de distúrbios de aprendizagem pode ser observado.

TRATAMENTO DOS DISTÚRBIOS ASSOCIADOS
Qualquer uma desses distúrbios associados pode requerer tratamento por profissionais, especializados, dependendo da gravidade. Medicação, psicoterapia, educação especial e modificação do comportamento podem ser usadas dependendo do problema. Da mesma forma que todas que todas as crianças possuem uma condição médica crônica, as crianças com ST podem necessitar de aconselhamento e apoio, a fim de ajudá-las a lidar com o impacto social e tensional de seus sintomas. O diagnóstico apropriado de cada uma destas dificuldades é necessário antes de dar início a qualquer tratamento. Não se deve nunca pressupor que uma criança que tenha a ST irá sempre apresentar estes outros problemas. Um professor bem informado, que possa se envolver no planejamento global de ajuda à criança com a ST, é crucial pra o futuro ajuste e bem estar desta criança.

A CRIANÇA COM A SÍNDROME DE TOURETTE
Não há uma criança “típica” com Síndrome de Tourette. Cada criança é única. Algumas crianças podem possuir talentos artísticos ou musicais, outras serem atletas excepcionais. Algumas são charmosas com um excelente senso de humor, outras são sérias e estudiosas. Uma criança com a ST é apenas isso – um indivíduo único com alguns sintomas de um distúrbio neurológico. O professor que vê sempre a criança e não apenas os sintomas, é de uma importância para o desenvolvimento de uma auto-imagem equilibrada e positiva na criança com a ST.

GERENCIAMENTO DO ALUNO COM A SINDROME DE TOURETTE NA SALA DE AULA
Lidando com os Tiques
Para muitos alunos, o único aspecto da ST a se tornar evidente na sala de aula são os tiques. A reação do professor a estes cacoetes se reveste de uma grande importância. O professor e outros membros da equipe pedagógica são os adultos mais frequentemente envolvidos com a vida de um aluno com a ST. Este envolvimento são só confere uma séria responsabilidade como também uma grande oportunidade para exercer um impacto positivo e duradouro no ajustamento da criança coma ST e na sua aceitação pelos colegas de turma.

DICAS PARA A SALA DE AULA
Em alguns casos os cacoetes e ruídos podem atrapalhar a aula. É importante lembrar que eles ocorrem involuntariamente. Não haja com raiva! Isso pode exigir paciência de sua parte, mas repreender o aluno com a ST é como repreender uma criança com paralisia cerebral por ser desajeitada. A criança com a ST que é chamada atenção devido aos seus sintomas torna-se muitas vezes hostil em relação a autoridade e fica receosa em relação a escola. Além disso, você estará servindo de modelo para a reação das outras crianças da turma. Se o professor não for tolerante, os outros na sala sentirão liberdade para ridicularizar a criança com a ST. Os professores são modelos para os alunos. Portanto, uma atitude positiva e a aceitação dessas crianças são fundamentais para que elas se adaptem ao grupo.
Dê à criança oportunidades para pequenos intervalos fora da sala de aula. Um lugar reservado como a sala do médico ou da orientadora é adequado para dar vazão aos tiques. Alguns alunos com a ST querem, e conseguem suprimir seus tiques durante um curto tempo, porém há necessidade de descarregá-los devido a um aumento da tensão emocional. Um intervalo em um lugar reservado, a fim de relaxar e liberar os tiques, pode muitas vezes reduzir os sintomas na sala de aula. Estes pequenos intervalos podem aumentar a capacidade de concentração da criança, já que ela não estará usando toda a sua energia na supressão dos tiques.
Permita, se necessário, que o aluno com a ST faça provas em um local reservado, para que não haja gasto de energia emocional na contenção dos tiques.
Trabalhe com outros alunos da turma e da escola a fim de ajuda-los a entender os tiques e a reduzir as implicâncias e ridicularizações. (solicite o folheto “Marcos e Cacoetes” escrevendo para o endereço no final deste folheto).
Caso os cacoetes de uma criança se tornem muito incômodos, evite temporariamente que a criança se dirija em voz alta para a turma. O aluno poderia gravar exercícios orais de forma que ele pudesse ser avaliado sem o “stress” de ficar diante da turma.
Você deve ter em mente que o aluno com a ST está tão frustrado quanto você a respeito da natureza incômoda dos tiques. O professor se tornado um aliado desta criança, e ajudando-a a lidar com este distúrbio, juntamente com a família e outros profissionais, pode tornar a vida acadêmica da criança coma ST uma experiência enriquecedora

LIDANDO COM PROBLEMAS DE ESCRITA
Uma percentagem significativa de crianças com a ST também possui problemas de integração visuo-motora. Portanto, tarefas que exijam que esses alunos visualizem, processem e escrevam também prejudica a cópia do quadro negro ou de um livro, a execução de longas tarefas escritas e a apresentação de trabalhos escritos. Até mesmo crianças com a ST que não tenham problema algum para formar conceitos, podem ser incapazes de terminar um dever escrito por dificuldades visuo-motores. Algumas vezes, pode parecer que o aluno é preguiçoso ou “enrolador”, mas, na verdade, o esforço para colocar a tarefa no papel é massacrante para esses alunos.
Há uma série de medidas que podem ajudar as crianças com dificuldades de escrita.

1.Modifique as tarefas escritas permitindo que:

1.A criança execute problemas alternados de uma página do livro de aritmética;

2.A criança apresenta os seus trabalhos oralmente;

3.Um familiar, ou outro adulto atue como uma “secretária” de modo que o aluno possa ditar suas idéias, para facilitar a formação de conceitos. É bom concentrar-se no que a criança aprendeu e não na quantidade de trabalho escrito produzido.

4.Já que o aluno com problemas visuo-motores pode não conseguir escrever rapidamente e, portanto, deixar de anotar informações importantes, designe um colega de turma que utilize papel carbono para fazer cópias de anotações e de deveres de casa. Este colega deve ser um aluno confiável. Aja discretamente a fim de que a criança com a ST não se sinta ainda mais diferente.

5.Se a sua escola tem provas com sistema computadorizado de pontuação, permita que o aluno escreva na própria folha de prova. Este medida evita notas baixas causadas pela confusão visual que pode ocorrer quando do preenchimento do cartão de respostas.
6.De sempre que possível, tanto tempo quanto necessário para a execução de provas. Mais uma vez, avalie a necessidade de dar provas em outra sala, no sentido de evitar problemas como, por exemplo, distração para o resto da turma.
7.Aluno com problemas visuo-motores geralmente apresentam erros de ortografia. Não considere os erros de ortografia e encoraje o aluno a reler o texto produzido.
8.Avalie a caligrafia baseando-se no esforço do aluno.

Alunos com a ST apresentam dificuldades especiais para a execução de exercícios escritos de matemática. Eles podem ser auxiliados pelo uso de papel milimetrado com quadros grandes, ou com papel pautado comum, colocado de lado, a fim de formar colunas para o cálculo. O professor também pode permitir o uso de calculadoras para cálculos simples.
Estas medidas podem representar a diferença entre um aluno motivado, bem sucedido e um aluno que se sente um fracasso o que começará a evitar as tarefas escolares por nunca conseguir bons resultados
LIDANDO COM PROBLEMAS DE LINGUAGEM – GERAIS E RELACIONADOS À SINDROME DE TOURETTE
Algumas crianças com a ST têm sintomas que afetam a linguagem. Há dois tipos de problemas: os que são comuns a outras crianças e aqueles especificamente associados, aos tiques da ST.
As seguintes medidas pode ser úteis ao lidar com problemas de processamento de linguagem relacionados a dificuldades gerais de aprendizagem.

1.Forneça tanto informação visual quanto auditiva sempre que possível. O aluno poderia receber informações escritas e orais, ou uma cópia do roteiro de aula enquanto ouve as instruções. Gráficos e gravuras que ilustrem o texto também ajudam bastante.

2.De instruções em uma ou duas etapas de cada vez. Quando possível, peça ao aluno para repetir as instruções para você. Em seguida faça com que o aluno complete um ou dois itens e verifique se ele os fez adequadamente.
3.Se você perceber o aluno resmungando enquanto trabalha, sugira a ele que sente em um lugar onde não incomodará os outros. Algumas vezes a repetição de instruções ou informações em voz baixa ajuda estes alunos a entenderem e lembrarem a tarefa, bem como a organizarem o raciocínio.
Entre os problemas de linguagem característicos da criança com a ST encontra-se a repetição de suas próprias palavras ou de outra pessoa. Estes sintomas pode parecer gagueira, mas na verdade há omissão de palavras ou expressões. Outros alunos podem se aproveitar deste problema, sussurrando ou dizendo coisas inapropriadas de forma que a criança com a ST involuntariamente as repita e “entre numa fria”. Você deve estar atento a este problema:
1.Faça com que o aluno tenha um pequeno intervalo ou mude para outra tarefa.
2.De a criança um cartão com uma “janela” cortada que deixe ver uma só palavra de cada vez. O aluno desliza a janela pela linha que está lendo de modo que a palavra anterior é coberta e as chances de ficar “preso” a uma palavra diminuam.
3.Faça com que o aluno use lápis ou caneta sem borracha e permita que o aluno complete o exercício oralmente.
A sua capacidade em ser flexível, como educador, por fazer toda a diferença do mundo.

LIDANDO COM PROBLEMAS DE ATENÇÃO

Além das dificuldades de aprendizagem, muitas crianças com a ST possuem graus variáveis do Distúrbio Deficitário de Atenção com Hiperatividade. Como mencionamos anteriormente, o tratamento médico deste problema em crianças com a ST é complicado.

As sugestões que se seguem podem ser úteis ao aluno com a ST e Problemas de Atenção.
1.Coloque a criança sentada na primeira fileira, em frente ao professor, com o intuito de minimizar a distração causada pelas outras crianças.
2.Evite colocar a criança sentada perto de janelas, portas ou outras fontes de distração.
3.De ao aluno a possibilidade de um lugar calmo para estudar. Pode ser no corredor ou na biblioteca. Este lugar não deve ser usado como punição, mas sim como um lugar onde a criança possa se dirigir quando estiver com dificuldades de concentração.
4.O aluno deve trabalhar intensamente durante curtos períodos de tempo, com intervalos para ajudar o professor em alguma atividade ou simplesmente ficar em seu assento. Mude as tarefas com freqüência. Por exemplo, passe alguns problemas de matemática, depois muda para caligrafia, etc...
5.Combine a execução de tarefas com antecedência. Um número específico de problemas deve ser resolvido dentro de um tempo pré-determinado. Seja realista. Alunos com problemas de atenção não podem fazer duas ou mais atividades independentes ao mesmo tempo. Exercícios curtos com verificações freqüentes são mais eficientes.
6.Com uma criança mais jovem, uma atitude simples, como colocar a sua mão no ombro dela, pode ser útil como um lembrete para manter a atenção no que está sendo dito.

OS ALUNOS COM ST NECESSITAM DE EDUCAÇÃO ESPECIAL?

Como mencionado anteriormente, a variabilidade entre as crianças com ST é grande. Algumas necessitarão de serviços educacionais especializados devido a associação entre distúrbios de aprendizagem e de comportamento. Estas necessidades têm que ser individualmente avaliadas por profissionais familiarizados com a ST. A natureza incômoda dos tiques não é, por si só, um motivo para excluir uma criança de uma sala de aula normal.

UM DESAFIO E UMA OPORTUNIDADE

Educar uma criança com ST pode proporcionar desafios interessantes. Quanto mais você conhece e entende o distúrbio, mais capaz você será de ajudar o desenvolvimento desta criança. Você dispõe de uma tremenda oportunidade de ter um importante impacto na vida desta criança. Crianças com a ST que conseguem se sentir confortáveis com seus professores e colegas, brilham na escola e se tornam indivíduos capazes de desenvolver seus talentos e prestar uma contribuição positiva à sociedade. Aquelas crianças cujos sintomas são mal compreendidos ou que não encontram apoio na escola, carregam um enorme peso emocional. Para a criança, a escola é a arena onde se é testado. A imagem de competência, sucesso e valor que a criança tem de si mesma é tremendamente afetada pelas experiências escolares. Conhecimento, apoio, paciência, flexibilidade e carinho são os melhores presentes que um professor pode dar a uma criança com a ST.
PERGUNTAS GERALMENTE FEITA POR PROFESSORES:

Pergunta: Eu li suas sugestões de como ajudar o aluno com a ST na sala de aula.

Entretanto, eu tenho que dar atenção ao resto da turma, que geralmente tem 30 alunos ou mais. Como é que eu vou arranjar tempo?

Resposta: A implementação destas sugestões realmente demanda tempo extra.

Entretanto, as pessoas que escolhem o magistério, em geral, o fazem porque querem participar do crescimento e desenvolvimento de crianças. Este desejo de ajudar as crianças é especialmente importante para a criança com a ST.

Além disso, se você refletir sobre todo o tempo que você já gastou tentando achar valida a adoção de algumas destas sugestões. A longo prazo, você pode poupar tempo e diminuir o seu estresse e o da criança ao criar uma situação onde a criança tenha uma chance de progredir.

Pergunta: O que eu devo fazer se achar que uma criança na minha turma tem a ST?

Resposta: È importante informar aos pais. Além disso, você pode nos contatar por carta. (Endereço no final deste folheto)
Pergunta: Se uma criança tem a ST, esse distúrbio irá necessariamente piorar com o tempo?

Resposta: Embora estejamos apenas começando a estudar o curso natural deste distúrbio, já existem algumas informações. A ST não é degenerativa. Após o surgimento dos tiques na infância, os sintomas podem se acentuar até certo ponto e depois mudar com o tempo. Entretanto, a maioria dos pais e crianças com a ST relata uma estabilização dos sintomas com um quadro de melhora ou desaparecimento ao término da adolescência. Até o presente momento, não se sabe apontar que alunos apresentarão esse progresso.
Pergunta: Há uma criança na minha turma cujos pais dizem ter ST. Eu não observei todos os sintomas que eles descrevem. Será que eles estão inventando?
Resposta: Não, não estão. As crianças podem suprimir os tiques por períodos de tempo variáveis. Geralmente elas fazem isso na escola para não serem ridicularizadas pelos colegas. Em casa, onde é seguir, os tiques se manifestam com mais intensidade. Infelizmente, a criança ao suprimir os tiques na escola deixa de se concentrar em seus estudos. Para sugestões, veja, por favor, a pág.5, lidando com os tiques.
Pergunta: Uma criança na minha turma toma remédios para a ST. Ela frequentemente parece “desligada” e até mesmo já dormiu em aula. O que devo fazer?

Resposta: Não deixe de informar aos pais. O professor é, via de regra, o melhor observador dos problemas e dos efeitos da medicação. Como parte da equipe de tratamento, o valor de suas observações é incalculável. A criança tem que conseguir funcionar efetivamente na escola para se considerar a intervenção medicamentosa válida.

Pergunta: Eu não consigo, muitas vezes, distinguir tiques de comportamentos propositais em uma criança da minha turma. Como posso fazê-lo?

Resposta: Você está em boa companhia. Até mesmo um grupo internacional de experts no assunto não estaria totalmente de acordo sobre o que é um cacoete e o que é simplesmente um problema de comportamento. Os pais também encontram esta mesma finalidade. A melhor coisa a fazer é conversar com os pais e médicos da criança e ver se eles ajudam você a decidir. Uma conversa com o aluno pode ser proveitosa. Se o aluno relatar uma compulsão para fazer alguma coisa pode ser que seja a ST. Isso não significa que você tenha que aceitar um comportamento socialmente intolerável. O aluno pode necessitar de uma assistência médica ou outros profissionais familiarizados com a ST a fim de lidar com estes problemas. Enquanto isso se lembre que a raiva e punição são contraproducentes. Um lugar seguro, onde os tiques possam ser descarregados, pode ser necessário algumas vezes, mas esta medida não é a solução completa do dilema.

Pergunta: Eu tenho um aluno com a ST em minha turma, e tenho encontrado dificuldades em lidar com seu comportamento. Frequentemente converso com os seus pais. Entretanto, toda vez que eu tento conversar, eles parecem muito aborrecidos comigo e não a entender que os problemas do aluno são culpa minha. O que eu devo fazer?

Resposta: Tente lembrar-se que os pais estão tão frustrados quanto você a respeito desses problemas, e eles estão ainda mais chateados por ser o filho deles. Eles vêem você como um expert em crianças e esperam que você seja paciente e compreensivo, embora muitas vezes fora da realidade, eles esperam que você possa resolver o que eles não podem. Além disso, eles sabem que a criança está sofrendo e querem protegê-la de qualquer estresse ou ameaça. Finalmente, os pais de alunos com a ST frequentemente já tiveram a experiência de que os outros não acreditam neles e não entendem as necessidades de seus filhos. Portanto, às vezes, eles podem ficar um pouco nervosos e discutir com você.
Se isso acontecer, tente expressar suas preocupações e frustração em colocar culpa neles ou na criança;

Pergunta: Onde posso conseguir mais informações sobre a ST?
Resposta: Escreva para:
Prof. Dr. Gilberto Ne Ottoni de Brito
Laboratório de Neuropsicologia Clínica
Setor de Neurociências
Instituto Biomédico – UFF
Rua: Hernani Mello, 101
Niterói, RJ
CEP: 22401-000
Agradecemos a autorização dada pela Tourette Syndrome Association para a tradução do folheto “Na Educator a Guide to Tourette Syndrome”
Traduzido por Mauro Fernando Cardoso Lins (Acadêmico de Medicina da UFF e Bolsista de Iniciação científica do CNPq).
SOBRE TOC
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segunda-feira, 19 de março de 2012

FIQUE POR DENTRO - D I S L E X I A - PESQUISE - LINK AO LADO -

Você sabe o que é Dislexia ?

DISLEXIA
A DISLEXIA pode se apresentar quando uma criança saudável, inteligente, com estímulos sócio culturais adequados e sem problemas de ordem sensorial ou emocional, tem uma dificuldade acima do comum em aprender a ler. O ideal é realizar o diagnóstico da DISLEXIA o mais cedo possível, para amenizar ou evitar um comprometimento social e emocional do indivíduo ao longo da sua vida, e, ainda, minimizando os aspectos da dificuldade de aprendizagem.

A dislexia é persistente, mas não é uma incapacidade e sim uma dificuldade a ser vencida com sucesso.

A DISLEXIA, de causa genética e hereditária, é um transtorno ou distúrbio neurofuncional, ou seja, o funcionamento cerebral depende da ativação integrada e simultânea de diversas redes neuronais para decodificar as informações, no caso, as letras do alfabeto. Quando isso não acontece adequadamente, há uma desordem no caminho das informações, dificultando o processo da decodificação das letras, o que pode, muitas vezes, acarretar o comprometimento da escrita.

O disléxico não é deficiente, é diferente.
Alguns sinais que alertam para um diagnóstico:

• atraso no desenvolvimento da fala;
• dificuldade na aquisição e automação da leitura;
• resistência ao ler em público;
• leitura vagarosa, com trocas, mesmo que corriqueiras;
• disgrafia (letra feia);
• trocas, inversões, omissões, aglutinações de letras na escrita;
• vocabulário pobre, com sentenças curtas e imaturas ou longas e vagas;
• dificuldades em decorar dias da semana, meses do ano, tabuada, números de telefone e etc.;
• dificuldade para compreender textos;
• desatenção e dispersão;
• dificuldade na aprendizagem de uma segunda língua;

• bom desempenho em provas orais.
O sucesso da aprendizagem da criança com dislexia depende da ação conjunta da família, escola e intervenção com profissional especializado.
DIAGNÓSTICO

Os sintomas que podem indicar a dislexia, antes de um diagnóstico multidisciplinar, só demonstram um distúrbio ou dificuldade de aprendizagem, mas não confirmam se tratar de dislexia. Os mesmos sintomas podem indicar outras situações, como lesões, síndromes, etc.

Por esses múltiplos fatores é que a dislexia deve ser, obrigatoriamente, diagnosticada por uma equipe multidisciplinar, composta por fonoaudiólogo, psicólogo/neuropsicólogo e psicopedagogo, onde há uma minuciosa investigação, quantitativa e qualitativa das habilidades.
Essa mesma equipe deve ainda garantir uma maior abrangência do processo de avaliação, verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como neurologista, oftalmologista e outros, conforme o caso.

Não há qualquer medicalização
A avaliação multidisciplinar e transdisciplinar permite um acompanhamento mais efetivo das dificuldades após o diagnóstico, direcionando-o às particularidades de cada indivíduo. Não há qualquer medicalização do indivíduo. Dislexia não se trata com remédio.

Atualmente a DISLEXIA consta no CID 10 – Classificação Internacional de Doenças (F.81), definida como transtorno específico do desenvolvimento das habilidades escolares. Faz parte também do DSM – IV (1994) – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, relacionada entre os transtornos de aprendizagem, como transtorno de leitura. No entanto aguarda-se novas definições oficiais, perante comissões de estudos e de pesquisas atualizadas.

A não identificação da dislexia poderá causar além do fracasso escolar, prejuízos afetivos emocionais, baixa autoestima, depressão, ansiedade e, algumas vezes, o ingresso para a marginalidade.
A Associação Brasileira de Disleixa – ABD, instituição com mais de 28 anos de existência, única "global partner" no Brasil da "International Dyslexia Association – IDA" (instituição norte-americana), tem como finalidade divulgar, informar e sensibilizar os pais, profissionais da área da educação, escolas, parlamentares e todos os membros da população sobre a dislexia.
Com este objetivo promove eventos, palestras, cursos, workshop , simpósios, congressos e reuniões de apoio a pais de disléxicos, para elucidar a todos os interessados sobre o tema, inclusive unindo esforços com pessoas conscientes para aprovação de leis que ampare os disléxicos.

LEIA MAIS SOBRE ESSE ASSUNTO O LINK DA ASSOCIAÇÃO ESTÁ AO LADO EM LINKS INTERESSANTES

Associação Brasileira de Dislexia – ABD

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Outubro de 2011

domingo, 4 de março de 2012

Este texto está publicado no Jornal da Manhã (Uberaba) do dia 28/03/11 - VALEU!!!

Educadora, doutora em Letras na área de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa, pela Universidade de São Paulo, especialista em Literatura Brasileira e Literatura Infantil e Juvenil são algumas das informações que constam no currículo da professora uberabense Vânia Maria Resende. Autora de obras como Literatura infantil e juvenil – vivências de leitura e expressão criadora, O menino na literatura brasileira; organizadora, pela Secretaria Municipal de Educação de Uberaba, de Lendo e recriando o verde; coorganizadora de Crônicas colegiais – quantas saudades do colégio vou levar, além de artigos e capítulos em publicações da área, Vânia Resende é grande incentivadora da literatura nacional, sobretudo da educação e cultura no país, com a difusão do livro, da literatura brasileira adulta, infantil e juvenil e da leitura.
São vários os prêmios recebidos por todo o território nacional durante o percurso de mais de 30 anos de batalhas, desde que iniciou a carreira como professora de Português e Literatura nos ensinos Fundamental, Médio e Superior. Atualmente, integra o grupo de especialistas convidados pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, como ministrante de cursos na área de Literatura, Leitura e Formação de Leitores, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, e de promotores de Leitura em várias cidades brasileiras, onde tem sido implantado o Projeto “Bibliotecas Comunitárias – Ler é Preciso”, do Instituto Ecofuturo.
Na entrevista especial de hoje, o Jornal da Manhã traz um pouco da história da idealizadora, coordenadora de projetos de incentivo à leitura fora da escola e das exposições de conteúdo em sala de aula, inclusive como voluntária do “Leia e Passe Adiante”, implantado em 2000 em Uberaba e região, para o qual doa livros e materiais impressos e de multimídia, anualmente.
Jornal da Manhã – Quem é Vânia Maria Resende?
Vânia Maria Resende – Vou usar uma expressão do livro Grande Sertão Veredas, em que Guimarães Rosa diz, através do personagem Riobaldo: “O sertão é dentro da gente”. Como tenho enorme identificação com a obra de Guimarães, com o passar do tempo e relendo o livro, entendi isso como achado que remete à minha identificação com essa história e, por isso, me explica por que tenho a alma telúrica, ou seja, tenho ligações com a terra. Nunca deixei Uberaba, sempre morei aqui, estudei fora, indo e voltando. Tenho amor às pessoas, ao lugar e um vínculo com a natureza, porque cada um de nós pode ter identificação metropolitana ou urbana, ou mesmo sertaneja, como é meu caso. Uma ligação com a natureza, com o cotidiano, com as coisas simples e com o interior onde me criei. Tive contato com fazenda, indo passar férias. Minha infância foi telúrica, e não metropolitana. Essa identificação vem da educação, de onde me criei, mas também da minha sensibilidade, daí o meu gosto por Manoel de Barros, Adélia Prado, Cora Coralina e o grande mestre Guimarães Rosa. Não é preciso viajar à Europa para conhecer o mundo, basta ler. Não nego o valor do metropolitano, mas o grande mal, desencadeado principalmente pelas transformações do modelo industrial, é a divisão entre a natureza e a cultura tecnológica, o que gerou os problemas de ordem ecológica que vivemos hoje. A utopia que alimento é mudar a visão do homem como centro da vida e recuperarmos as origens, no sentido de entendermos a importância que a natureza tem como geradora de vida, e não como alvo de submissão humana na exploração materialista desenfreada. 
JM – Como foi o seu primeiro contato com a literatura?
VMR – Foi em dois níveis. O da oralidade foi muito importante, já que passa uma fantasia espontânea muito rica. Tive isso no contato com duas pessoas. Uma delas, na zona rural, foi seu Neném, um contador de histórias analfabeto que nos contava aventuras na cozinha da fazenda, e o repertório dele era todo Pedro Malazartes [segundo Câmara Cascudo, “é figura tradicional nos contos populares, como exemplo de burlão invencível, astucioso, cínico, inesgotável de expedientes e de enganos, sem escrúpulos e sem remorsos”]. Iniciei mergulhando fundo nessa ficção, viajando para aventuras que me tiravam da realidade. Também tive um avô brincalhão, que contava histórias fragmentadas, mas tinha herança das histórias ditas de boca em boca. Contava histórias que hoje vejo em livros e percebo a riqueza da oralidade, cada cultura ou contador que conta uma história realiza aquele “cada conto aumenta um ponto” e isso é enriquecedor. Na leitura, propriamente, foi importante no Colégio Nossa Senhora das Dores o contato com coleção que, na época, atingia grandes edições na década de 60, “As mais belas histórias”. Era de uma escritora mineira, Lúcia Casasanta, que fez essa coleção de histórias permeadas pelo fantástico. Tinha até poesias da Cecília Meireles, vida de santos, lendas, histórias do folclore e contos de fadas, que eram recontados. O contato com os quatro livros foi muito importante. Não precisou de um repertório imenso para alimentar minha imaginação e abrir tantas perspectivas ao longo da vida adulta.
JM – Que recordações da infância marcaram sua visão de mundo?
VMR – Tudo do plano da simplicidade [risos], nenhuma sofisticação. Na época da minha infância, viviam-se mais as questões ligadas ao interior das pessoas, porque a sociedade não tinha avançado com tantas ofertas de bens de consumo e por questão de condições econômicas familiares, devido ao número de filhos. Meus pais tiveram seis filhos, quer dizer, dar tudo para todos era muito difícil. Sou grata a essas condições, porque pude guardar profundamente na minha memória relações como as que tive com meu cachorro, com uma boneca que ganhei de meus pais, a convivência ingênua das crianças que, em dia de Natal, saíam de casa levando os presentes para compartilhar com os amiguinhos na rua, ficar na porta conversando ou na cozinha contando casos, com o cheiro do café. A simplicidade foi marcante.
JM – Como a senhora vê o atual método de ensino de literatura nas escolas, em que as crianças, muitas vezes, dão os primeiros passos na leitura com obras de difícil entendimento como Machado de Assis ou Eça de Queiroz, por exemplo, com menos oralidade?
VMR – É uma questão que precisa ser repensada no espaço da educação. A literatura escrita é a ponte mais profunda para o ser humano. Não podemos viver toda a vida no plano da oralidade. Esse é o salto que a escola e a educação sistematizada oferecem ao sujeito leitor para que ele reveja e amplie a sua consciência da realidade, forme valores e referências. Na verdade, existe um passo a passo no amadurecimento do ser leitor. Quanto ao lado pedagógico, é necessário o professor, mediador de leitura e da formação de leitores estar atento a essa questão de ordem metodológica. Ele precisa ser formado para isso e para entender que na escola há dois espaços fundamentais para a formação do leitor: a sala de aula, através da qual todo professor deveria incentivar, e a biblioteca. Pelos fundamentos psicológicos, o educador entende quem é cada criança, seus interesses, sua capacidade linguística. Porque se é dado um livro de Machado de Assis, que não vai ser compreendido, dado o momento de imaturidade do aluno para assimilar essas referências literárias, vai ser realmente um desastre. A metodologia do processo de leitura deve ser orientada também de acordo com a bagagem linguística do leitor e não impositiva. 
JM – Que sugestões daria para que professores tornassem o ensino da literatura, e a própria leitura, mais agradável e orientadora na escola?
VMR – Primeiro falta ao professor formador de leitores conhecer o repertório amplo que tem a literatura infantil brasileira. Se as gerações anteriores, como Ana Maria Machado, Jô Soares, grandes intelectuais brasileiros de hoje, foram formados com um grande escritor como Monteiro Lobato, que é o que se tinha de melhor na infância deles, imagine a evolução da produção editorial infantil e juvenil no Brasil até o presente. Faltam, porém, à maioria dos professores conhecimento e acesso a esse vasto e rico universo de obras, do qual ele pode se servir para amadurecer as diversas idades. Tem livro para todo gosto. Essa falta está na formação do professor e ele não tem culpa. Como exigir dele ler com os alunos, se ele próprio possui carências de formação. As heranças culturais no Brasil realmente criaram essa lacuna. É preciso que o professor tenha o hábito de leitura, mas alguns não ultrapassam o livro didático. Por outro lado, falta à escola brasileira estruturar-se sobre parâmetros filosóficos que levem a um pensamento melhor, fornecendo caminhos culturais mais amplos e a literatura faria parte desse caminho, juntamente com pintura, música e as artes em geral, ao invés de só oferecer objetivos que são repetitivos do modelo econômico atual, o de preparar o aluno apenas para a prova do vestibular. Esse modelo trabalha a literatura com a criança, prejudicando a educação da sensibilidade e do espírito crítico. 
JM – E qual o papel dos pais na questão do incentivo à leitura?
VMR – A vida de hoje recolocou as pessoas nessa ordem de urgência de tudo, de adquirir bens e status; os pais trabalham o dia todo, ficam cansados e são influenciados pelos valores da sociedade de consumo. Passam a achar que é mais importante dar um tênis ou um celular de última geração do que um livro, atendendo aos apelos da modernidade, enquanto que o livro, a leitura e a convivência com o outro são valores essenciais. Acredito que o importante é a leitura compartilhada, porque também não adianta o pai comprar um lindo livro, se o filho não tem o exemplo da leitura. O que realiza completamente essa influência positiva é ler junto, compartilhar emocionalmente a afetividade, que é tudo na infância.

JM – Entre os adultos a reclamação para a pouca leitura seria o alto valor dos livros, o que dificulta o acesso. Faltam políticas públicas para popularizar o mercado editorial ou de incentivo à leitura?
VMR – Políticas públicas favorecem. O que entraria nessa questão seria, sobretudo, o empenho no funcionamento de excelentes bibliotecas públicas no país. O sujeito, tendo ali no bairro dele um trabalho assíduo dessas bibliotecas – já que não basta o livro estar na prateleira, é preciso mediação da leitura –, vai ler mais e desenvolverá os direitos da cidadania a bens como o livro. Quanto à questão de livros mais baratos, há dois lados. O novo presidente da Fundação Biblioteca Nacional Galeno Amorim quer fazer livros por um preço baixo, como R$ 10. Questiono: será que compensa o achatamento de um livro? Que tipo de livro será esse? Vai voltar o livro de papel jornal com pouca qualidade? Livro é um objeto artístico, tem que ser bonito e de qualidade para se tornar atrativo. Há várias formas de possibilitar o acesso ao livro, como, por exemplo, as bibliotecas comunitárias. Mas essa é uma questão, também, de mentalidade, quando se coloca o livro entre as prioridades de aquisição de bens. 
JM – Na Argentina e nos Estados Unidos cada habitante chega a ler cinco livros por ano e na Europa, cerca de oito obras. Segundo o Ministério da Cultura, o brasileiro lê, em média, menos de dois livros por ano. Por que lemos pouco?
VMR – É justamente por conta das heranças culturais e históricas. Qual o peso histórico que o Brasil viveu como país colonizado? Não havia interesse no processo colonizador de que a grande massa fosse leitora. Por um lado, tivemos uma riqueza de oralidade imensa, devido à confluência no processo de colonização de culturas europeias, africanas e americana, que já estava instalada aqui. Os avanços da consciência e o aprofundamento do pensamento humano têm saltos com a leitura da palavra escrita. A nossa colonização não se interessou pela alfabetização da população. Vêem-se ainda hoje inúmeros analfabetos. O país não passou da herança oral ao processo ideal de desenvolvimento da leitura e da escrita, influenciada pela democratização da escola. O número de escolas cresceu, mas a qualidade não foi a desejada, por isso vemos pessoas chegando às universidades analfabetas funcionais. O erro está na falta do processo de leitura de qualidade. Falta ler com aprofundamento crítico, fazer uma leitura com liberdade, seguindo o processo de amadurecimento linguístico e de libertação do pensamento.
JM – Como surgiu a ideia de criar projetos de leitura, como o “Leia e Passe Adiante”, implantado em 2000 em Uberaba e região?
VMR – Sempre realizei atividades além da sala de aula, como o projeto para comemorar Monteiro Lobato na Escola Estadual Quintiliano Jardim, quando dava aula de Português, ainda aluna de Letras. Sempre incentivei os alunos a darem vazão ao processo criativo, tendo a leitura como base. Já no plano universitário, dando aula de Literatura Infantil e Juvenil, tive impulso para fazer projetos de extensão de leitura e escrita criativa. O primeiro projeto, o Concurso Literário Juvenil Vinícius de Morais, fez história em Uberaba. Era um programa de incentivo à leitura e expressão criativa. Foi criada uma minibiblioteca que se implantava nas escolas de 1º a 8º ano, envolvendo os alunos de Letras em estágio. No decorrer dos anos, tive uma livraria especializada por 12 anos, a Menino Maluquinho, onde fazia projetos de cunho social e cultural amplo. Criei, inclusive, várias minibibliotecas, com acervos de 80 a 100 obras em cerca de 12 instituições que atendiam crianças, como Casa do Menino, Lar Espírita, Orfanato Santo Eduardo e o Hospital do Pênfigo. Com o fechamento em 1994, prossegui acreditando nessa linha de trabalho com a literatura e, como fiquei com estoque final de livros, além do meu trabalho remunerado com a literatura, quis atuar como voluntária nesse processo de incentivo à leitura com o projeto Leia e Passe Adiante, doando livros anualmente a vários Núcleos. O Núcleo-polo na Fazu tem rotatividade de quase dois mil livros entre alunos e comunidade. Com o prêmio do Ministério da Cultura que ganhei em 2009, fizemos uma frente itinerante do projeto, que já passou em Delta, está em Conceição das Alagoas e, em julho, vai se deslocar para outra cidade da região. Ele tem mais de 600 livros, mais de 100 gibis e uma parte multimídia, oferecendo um ambiente de leitura com estrutura mobiliária e tecnológica adequada.
JM – O professor é importante ferramenta para a difusão do conhecimento. Embora hoje as crianças já entrem para a escola conhecendo as tecnologias mais que muitos adultos, o computador não substitui o professor. Como a senhora vê os efeitos do uso desse instrumento no hábito de ler, na forma como crianças e adolescentes escrevem e mesmo na aprendizagem da língua e da literatura?
VMR – Vejo que não é bom quando um meio de comunicação novo surge substituindo ou anulando a importância de outro. Toda tecnologia que se conquista é ampliação do nosso repertório. Vejo a internet como instrumento fantástico, mas, se for alienante do sujeito que dela faz uso, não é bom. Se a educação se processa equilibradamente, tudo bem. Se os pais acham que aos quatro anos de idade é melhor um computador que a leitura de um livro, eles são os culpados pela alienação dessa criança. Quando vemos crianças e adolescentes se alienando no computador, será que não foi por influência da educação do lar, por falta de incentivo e amparo à leitura? Há fatores a serem revistos sobre o que está acontecendo nesta educação. Falta iniciação dessa criança no hábito da leitura de poesias e histórias. A internet é um ganho, mas o uso exagerado é pernicioso. Na questão da linguagem, não vejo como alarmante. Há convenções. As abreviações usadas para as conversas na internet não vão mudar a estrutura essencial da língua portuguesa e, se mudarem, é porque a língua é dinâmica.