Despretensioso. Simples! Espaço de construção de saberes e pensares sobre Educação Básica, Superior e Especializações e, assim, vamos construindo caminhos e encontrando soluções possíveis em situações aparentemente impossíveis. "ESTUDAR NÃO É UM ATO DE CONSUMIR IDÉIAS, MAS DE CRIÁ-LAS E RECRIÁ-LAS". Paulo Freire (Saudade nossa de cada dia).
segunda-feira, 21 de setembro de 2015
Ainda meio confusa.Relação Gestor Escolar X Gestor Pedagógico(Coordenador) X Professor. Vale a reflexão.
Como
posso legitimar meu papel de formador junto aos professores? Afinal, até há
pouco tempo, eu estava em sala de aula como eles.
Durante
anos, você cuidou somente da sua sala de aula, tentando resolver os
problemas de aprendizagem da turma e procurando a melhor maneira de ensinar.
Mas aí surgiram um concurso, uma seleção interna da Secretaria de Educação para
o cargo de coordenador pedagógico ou você foi convidado para liderar a
equipe docente. Você, claro, aceitou o convite ou se inscreveu no processo de
seleção.
Em uma
posição hierarquicamente superior, logo percebe como é complicado lidar
com a equipe, aprender a ouvir para compreender os problemas, respeitar os
pontos de vista diferentes nas reuniões, usar as diversas opiniões para chegar
a um consenso, mediar conflitos sem ferir suscetibilidades, liderar sem ser
arrogante e sugerir mudanças sem ser autoritário.
A pesquisa O Coordenador Pedagógico e A Formação de Professores: Intenções, Tensões e Contradições mostra que dúvidas sobre como lidar com a equipe são comuns e 20% dos entrevistados apontam questões de gestão como um dos principais problemas enfrentados no dia a dia.
No entanto, são os seus conhecimentos didáticos que vão fazer com que a equipe o aceite como o parceiro mais experiente, do qual vai receber orientações e no qual pode confiar. Para isso, é urgente ir atrás desses saberes e se preparar para o cargo. É possível requisitar formação específica junto à Secretaria de Educação e procurar leituras que ampliem o seu universo nas didáticas de todas as áreas do conhecimento.
A pesquisa O Coordenador Pedagógico e A Formação de Professores: Intenções, Tensões e Contradições mostra que dúvidas sobre como lidar com a equipe são comuns e 20% dos entrevistados apontam questões de gestão como um dos principais problemas enfrentados no dia a dia.
No entanto, são os seus conhecimentos didáticos que vão fazer com que a equipe o aceite como o parceiro mais experiente, do qual vai receber orientações e no qual pode confiar. Para isso, é urgente ir atrás desses saberes e se preparar para o cargo. É possível requisitar formação específica junto à Secretaria de Educação e procurar leituras que ampliem o seu universo nas didáticas de todas as áreas do conhecimento.
2 Como
fazer para receber bem o professor novato e integrá-lo ao grupo?
Antes
de mais nada, é preciso apresentá-lo aos futuros
colegas, demais membros da equipe gestora e funcionários.
Certamente, no início ele vai demandar mais atenção de você, por ser
recém-formado, por ter mudado de segmento ou, ainda, por ter vindo de outra
unidade e precisar de um tempo para se entrosar. Vale marcar uma reunião
individual para falar sobre a instituição e apresentar o perfil dos alunos com
os quais vai trabalhar. Nesse encontro, mostre o projeto político-pedagógico
(PPP) e os planos de trabalho e deixe explícitas as metas da escola.
Você pode sugerir ao novato que, logo na primeira semana, faça um diagnóstico
da turma e utilize essas informações como apoio para elaborar o planejamento.
Coloque-se à disposição para ajudá-lo nessa tarefa.
Outra
medida interessante, quando se tem um grupo heterogêneo de professores, é
articular para que os mais experientes ajudem na adaptação dos recém-chegados
por um tempo, como se fosse um tutor, para tirar as dúvidas pontuais.
De
que maneira posso ajudar o professor que tem dificuldade em comunicar um
conteúdo?
Ele
deve se sentir inseguro com o conhecimento que tem sobre os conteúdos ou a
didática. Para um bom desempenho, ele vai precisar, além de dominar a
disciplina, entender o aluno e o modo como ele aprende.Os momentos de formação continuada
individuais na escola são o espaço ideal para trabalhar dificuldades
específicas e
buscar recursos para ampliar o quadro de referências e as estratégias de
ensino.
Às
vezes, porém, não é só um professor que tem de repensar a sua prática didática
de forma a despertar o interesse da classe, mas todo o grupo. Aí vale levar o
tema para os horários coletivos de formação.
Como lidar com a
resistência de alguns professores às mudanças propostas?
Primeiro,
vamos procurar entender o outro lado: os professores se queixam de que se veem
obrigados a aceitar rupturas metodológicas bruscas, tendo de deixar de lado
tudo o que acreditam para adotar uma nova linha de trabalho. Você, por sua vez,
sabe que é uma das peças-chave para a implantação das políticas públicas da
rede, que costumam mudar à velocidade com que um novo secretário assume a
pasta. Seja qual for a situação, nem sempre é fácil fazer com que um professor
deixe de lado a maneira como sempre ensinou e aceite as mudanças imediatamente.
Agora a
sua parte: é fundamental não ter pressa. Implante, aos poucos, um processo de
estudo permanente na escola, no qual se constroem coletivamente as respostas
para os problemas que forem surgindo. Só assim as transformações farão
sentido e não representarão uma mera imposição - ou mesmo ameaça - ao trabalho
que já é realizado. ''Quando a equipe toda pensa e reflete em conjunto, é mais
fácil assumir novos conhecimentos'', afirma Ecleide Cunico Furlanetto,
professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Cidade de
São Paulo (Unicid).
Um professor vive
encaminhando os alunos indisciplinados para mim. O que devo fazer?
Na
ausência de um orientador educacional na escola, é comum que o coordenador
assuma essa função. Se é esse o seu caso, deixe claro ao docente que ele não
pode simplesmente achar que não tem nada a ver com isso e que o papel dele é ajudar a
identificar as causas dos comportamentos inadequados e como lidar com eles.
''Se o problema persistir, vale organizar uma reunião com as equipes gestora e
docente para que, juntas, pensem na melhor forma de solucionar a questão'',
afirma Sofia Lerche Vieira, da Universidade Estadual do Ceará (UEC).
6 Como
fazer para integrar um professor que não tem um bom relacionamento com os
colegas?
Cada
escola tem uma cultura, com regras que devem ser seguidas por todos, mas que
nem sempre são suficientemente divulgadas. Se o grupo é coeso e se conhece há
bastante tempo, será mais exigente para aceitar alguém, principalmente quando
ele tem atitudes e comportamentos diferentes dos demais. Pode ocorrer ainda de
os conflitos serem fruto da insegurança de um educador. O
principal é que o coordenador desenvolva rapidamente uma relação de confiança
entre os docentes para
que todos se sintam à vontade para partilhar suas experiências e dúvidas.
O
que fazer para evitar a alta rotatividade dos professores?
Vários
são os motivos para um docente mudar de escola: o salário, a localização, os
recursos disponíveis, o perfil da instituição etc. Essa movimentação - quando
excessiva - causa mesmo desânimo nos coordenadores, que ficam com a sensação de
começar do zero sempre. ''Até que a coordenação consiga se aproximar e
estabelecer uma relação de confiança, muitos professores já se foram'', comenta
Ecleide.Tornar a escola
um espaço acolhedor e favorável à aprendizagem é uma boa maneira de atrair e
fidelizar o educador. Se ele vê que a equipe gestora é engajada
e que ali existe um projeto diferenciado, sentirá mais segurança e interesse em
permanecer.
O que fazer com os
docentes que faltam muito?
É
importante conhecer os motivos das faltas. Para isso, só há um jeito: conversar
com o professor. Se ele estiver com problemas de saúde, aconselhe-o a procurar
o atendimento médico. Mesmo assim, é bom ficar
atento para detectar se as condições de ensino não têm relação com o mal-estar
ou com a desmotivação.
Se a
causa não for facilmente perceptível, vale lembrar o professor sobre a
importância dele na sala de aula e o problema que causa quando não comparece à
escola, pois mexe com toda a organização e a rotina. Além do mais, é bom
recordá-lo de que, se ele não tem assiduidade, não chega no horário e não
cumpre com suas obrigações, não poderá cobrar isso dos alunos. É, aliás, um
momento oportuno para discutir com a equipe os direitos e deveres de cada um.
9 Gostaria
de acompanhar o trabalho em sala de aula para ser um bom formador, mas não
quero parecer um fiscal. Como agir?
É
fundamental ter consciência de que você é o parceiro mais experiente e tem o
dever de intervir quando necessário. Isso o faz corresponsável pelo trabalho do
professor - que, por sua vez, precisa saber que você está ali para contribuir
com o trabalho dele. Assim, fica mais fácil compreender que a sua intervenção é
sempre para ajudar - e não para fiscalizar. "O compromisso de todos tem de
ser com os alunos, que precisam aprender", diz Ecleide Furlanetto.
O
principal é que o coordenador tenha clareza de sua obrigação com a escola, com
o projeto político-pedagógico e com a aprendizagem, não
se deixando se intimidar por cara feia ou resistência da equipe.
O que fazer com os
docentes que só reclamam do trabalho?
Sinais
de carência, como queixas e desabafos constantes, revelam, muitas vezes, a
falta de confiança no trabalho realizado. ''A expectativa de que o coordenador
sirva como um ombro amigo, seja compreensivo e ajude a resolver todos problemas
pode ser um indicador de que o docente está se sentindo sozinho'', diz Laurinda
Ramalho de Almeida, vice-coordenadora e professora do Programa de Pós-Graduação
em Psicologia da Educação, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(PUC-SP). Num primeiro momento, o melhor é se
mostrar acolhedor e ouvir o que o outro tem a dizer.
Ao
mesmo tempo, é importante fazer o acompanhamento do
trabalho em sala de aula, sugerindo que o docente localize o
que o deixa inseguro, se tem a ver com o conhecimento sobre conteúdo, com o planejamento
- ou a falta dele - da aula ou se são dificuldades de relacionamento com os
alunos, os pais ou mesmo os colegas.
Outra
medida válida é promover a troca de experiências entre
os colegas para
mostrar que todos enfrentam dificuldades, criando, assim, uma relação de
proximidade. Também é preciso levar em conta que talvez a formação não esteja
atendendo às necessidades da equipe. É hora então de rever o seu trabalho e até
pedir ajuda a supervisores da Secretaria.
(Revista Nova Escola –
Gestão Escolar)
Postado por
Vera Oliveira
às
20:32
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