quinta-feira, 30 de junho de 2011

Brincando e aprendendo - Escola Tempo Integral

Geometria e Fisica. Ensinar e Aprender com a criançada  fazendo e empinando pipas( papagaios, peixinho...são tantas as denominaçoes!) Calcular ângulos, metragens de linha, tamanho de varetas, cortar folhas de papel de seda em  formas geométricas precisas...experimentar e avaliar a corrente do vento( pra esse lado sim e pra esse não...por quê? E a altura?) velocidadade do vento ( o vento tá bom? Por quê?) E linha muito fina, grossa...Qual é a melhor? Por quê? 
É possível fazer isso? É possivel aprender e apreender conceitos de geometria e física assim? Brincar é preciso...decorar conceitos vazios de significados na solidão de uma sala de aula não!
Precisamos aprender a brincar e aprender a ser autonomos e livres Descobrir que  pra ensinar e  aprender como queremos, como almejamos,  precisamos ser livres e democráticos.
As brincadeiras da criançada nos ensina isso. Mostra-nos o caminho para ensiná-las com propriedade! Para isso precisa-se de salas de aula menos cheias e professores(as) livres e autônomas!

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Vamos rir ou chorar juntos? (rsrsrs)

O cara termina o segundo grau e não tem vontade de fazer uma faculdade.
O pai, meio mão de ferro, dá um apertão:
- Ahh, não quer estudar? Bem, perfeito. Vadio dentro de casa eu não mantenho, então vai trabalhar...
O velho, que tem muitos amigos, fala com um deles, que fala com outro até que ele consegue uma audiência com um político que foi seu colega lá na época de muito tempo atrás:
- Rodriguez!!!! Meu velho amigo!!! Tu te lembra do meu filho? Pois é, terminou o segundo grau e anda meio à toa, não quer estudar.
Será que tu não consegue nada pro rapaz não ficar em casa vagabundeando?
Aos 3 dias, Rodriguez liga:
- Zé, já tenho. Assessor na Comissão de Saúde no Congresso, R$ 9.000,00 por mês, prá começar.
- Tu tá loco!!!!! O guri recém terminou o colégio, não vai querer estudar mais, consegue algo mais abaixo...
Dois dias depois:
- Zé, secretário de um deputado, salário modesto, R$ 5.000,00, tá bom assim?
- Nãooooo, Rodriguez, algo com um salário menor, eu quero que o guri tenha vontade de estudar depois....Consegue outra coisa.
- Olha Zé, a única coisa que eu posso conseguir é um carguinho de ajudante de arquivo, alguma coisa de informática, mas aí o salário é uma merreca, R$ 2.800,00 por mês e nada mais....
- Rodriguez, isso não, por favor, alguma coisa de 500,00, 600,00, prá começar.
- Isso é impossível Zé!!!*
- Mas, por que???*
- PORQUE ESSES SÃO SOMENTE POR CONCURSO E PARA PROFESSOR, PRECISA TÍTULO SUPERIOR, MESTRADO ETC.... É DIFÍCIL...

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Caiu na rede é...

peixe... Ideias imaterializadas voam...materializadas...

Escola Municipal Professor José Macciotti: Festa Julina

Escola Municipal Professor José Macciotti: Festa Julina: " E.M.prof. José Macciotti, Convida a todos a participarem da Festa Julina, no dia 09/07/2011, a partir das 16h. Não percam!!!"

sábado, 4 de junho de 2011

Dia do meio ambiente Aprenda a cuidar do que seu

Minhas Reflexões! QUALIDADE DA EDUCAÇÃO E A GESTÃO ESCOLAR:

“Muitos procuram sempre um culpado pelos problemas ou fracassos; mas, na maioria das vezes, são sempre os maiores culpados pelos infortúnios da vida.”
Legrand




QUALIDADE DA EDUCAÇÃO E A GESTÃO ESCOLAR:
UMA REFLEXÃO NECESSÁRIA

OLIVEIRA, Vera Lúcia de

RESUMO: A necessidade da qualidade da educação brasileira tem sido ovacionada pelos quatro cantos do Brasil. A população brasileira descobre que a educação por aqui vai mal. Busca-se, os responsáveis e as causas pelo fracasso escolar dos estudantes. Os estudantes do ensino básico das escolas públicas são os mais atingidos. Admite-se que a falta da qualidade do ensino e da aprendizagem também estão presentes nas escolas particulares e nas universidades públicas e particulares. Será que a qualidade da educação está atrelada à qualidade das gestões das práticas pedagógicas e também nos gestores das unidades escolares? Os resultados das avaliações sistêmicas, devidamente divulgadas pelos diversos sistemas de comunicação, medem, comprovam e divulgam que a educação está um caos! O descrédito na educação brasileira e nos seus profissionais é generalizado. O moral de todo o sistema educacional brasileiro é zerado. As políticas públicas para a educação, a gestão da educação em todos os níveis de poder, inclusive, a gestão de uma unidade escolar não são pensadas e discutidas devidamente. Quando se fala da falta da qualidade da educação brasileira não se fala, não se discute e não se reflete sobre os porquês, seus fins, meios, cujos resultados refletem um passado presentificado no agora; conflitos denunciados nas falhas das próprias avaliações sistêmicas. E a maior parte da responsabilização dessa falta de qualidade da educação recai somente sobre os docentes. E, em nome da busca da qualidade da educação institui-se a Formação Continuada em Serviço e Formação Contínua, porém nem sempre como os profissionais da educação querem e precisam. Propõe-se suscitar uma discussão crítica e reflexiva sobre a qualidade das gestões das práticas pedagógicas a partir da qualidade da gestão de uma unidade escolar, embora se reconheça a complexidade contextual, situacional e das localizações multidimensionais de cada uma.


Palavras-chave: Qualidade da Educação; Gestão Escolar; Gestão da Prática Pedagógica; Reflexão.


ABSTRACT: The need of the quality of the Brazilian education has been acclaimed by the four songs of Brazil. The Brazilian population discovers that the education for here you/he/she goes badly. They are looked for, the responsible and the causes for the students' school failure. The students of the basic teaching of the public schools are the more reached. It is admitted that the lack of the quality of the teaching and of the learning they are also present in the private schools and in the public and private universities. Will it be that the quality of the education is harnessed to the quality of the administrations of the pedagogic practices and mainly to the managers of the school units? The results of the evaluations sistêmicas, properly published by the several communication systems, they measure, they prove and they publish that the education is a chaos! The discredit in the Brazilian education and in your professionals it is generalized. The moral of the whole Brazilian educational system is zeroed. The public politics for the education, the administration of the education in all the levels of power, besides, the administration of a school unit is not thought and discussed properly. When it is spoken about the lack of the quality of the Brazilian education it is not spoken, it is not discussed and he/she is not reflected on the reasons, your ends, means, whose results reflect a passed presentificado now in the; conflicts denounced through the flaws of the own evaluations sistêmicas. And most of the responsabilização of that lack of quality of the education only relapses on the teachers. And, on behalf of the search of the quality of the education the Continuous Formation is instituted in Service, the Continuous Formation, however, not always as the professionals of the education they want and they need. He/she intends to raise the critical and reflexive discussion about the quality of the administrations of the pedagogic practices starting from the quality of the administration of the school unit, although the complexity contextual, situacional i recognized and of the locations multidimensionais of each one.


Word-key: Quality of the Education; School Administration; Administration of the Pedagogic Practice; Reflection.


I INTRODUÇÃO

Será que a qualidade da educação está de um modo geral, atrelada à qualidade das gestões das unidades escolares, perpassando, também pelas gestões das práticas pedagógicas?
Suscitar discussões e reflexões sobre o óbvio é o objetivo deste texto.
É um texto cujo objetivo é suscitar reflexão sobre o tema proposto e que tem como fundamentação as leituras de textos, livros, filmes, vídeos e depoimentos oportunizados no decorrer de todo o curso de especialização “Pedagogos: A gestão da Prática Pedagógica” pela equipe de Professores por meio das bibliografias apresentadas.
É um tema que requer pesquisas, estudos, discussões e reflexões específicas com mais profundeza e zelo.
Portanto, as leituras, o processo da elaboração das reflexões, estudos não se esgotam aqui. É apenas um convite para uma boa prosa sobre o tema. Uma prosa despojada, crítica, dialógica, serena no intuito de se buscar a qualidade do ensino, da educação e da sociedade, criativamente, com responsabilização e compromissos mútuos.
Esta pesquisa bibliográfica foca a qualidade da educação brasileira a partir das gestões das unidades escolares. E, pensá-la na perspectiva de qualificá-la melhormente, como sempre os profissionais da educação o fizeram, é imprescindível, não somente com seus pares, mas com toda a sociedade brasileira. Acredita-se que para o desenvolvimento de um país, de um povo a educação é indispensável.
Necessariamente, ao se falar sobre a qualidade da educação fala-se também da qualidade da gestão escolar, da gestão da prática pedagógica presentes nas ações dos autores e atores que fazem e conduzem todo o processo de ensino e aprendizagem, inclusive dos pais e outros usuários da escola como a EJA ( Educação de Jovens e Adultos).
E ao se falar sobre gestão escolar e as gestões das práticas pedagógicas e a qualidade da educação, na verdade, fala-se também da qualidade das ações e intenções das políticas públicas do sistema educacional brasileiro. Percebe-se que todos estão sintonizados num mesmo discurso, num mesmo desejo: querem uma educação de qualidade.
Paradoxalmente, o que existe nessa discussão parece ser conflitos de valores e conceitos, necessidade de se reconhecer, de se compreender e aceitar a existência de uma qualidade de ensino que, para um passado não muito distante, atendeu competentemente aos objetivos, metas sociais, econômicas e políticas dessa ou daquela época e que não atende às necessidades e as pretensões da escola de agora. Distinguir os conceitos Administrador Escolar/ Gestor Escolar passa a ser importante, pois delimitam espaços e modos de atuação dos Diretores/Gestores sobre a instituição escola, ou seja, das unidades escolares .
A escola de qualidade de anteontem, a de ontem e a de agora são primas-irmãs, todavia com as exigências do agora. Estabeleceram e estabelecem os objetivos, metas sociais, econômicas e políticas para a qualificação da educação de hoje e, o curioso, com os mesmos processos de exclusão e, perigosamente travestido de um discurso teórico progressista e humano divorciado da prática (práxis). Enfim, o que é teorizado, e até, muitas vezes, já normatizado e discursado pelo poder público, não condiz com as ações, ou seja, com o que se faz, nem por ele, nem nas escolas. O discurso fica muito distante da prática no cotidiano escolar. Os profissionais da educação, na ambiência escolar, procurando sempre fazer o melhor que lhes cabem em prol da essência do ideal da busca de uma educação de qualidade para todos, e para um e, cada um, a seu modo. Entretanto, parece faltar-lhes a convicção teórica, falta-lhes a compreensão e a confiança de um ponto de partida, de caminhada e de chegada, enfim, consciência do trajeto e do norte.

Analisar a prática é uma expressão que se ouve com tanta assiduidade que, como tantas outras, no espaço  profissional, corre o risco  de perder o sentido. Análise da prática é inseparável da inovação,  só se pode inovar a partir da detecção das dificuldades ou das carências do (local) que quer mudar. É inseparável da formação.O  profissional  avança na medida em que compreende e fundamenta o que faz, na medida que reflete sobre isso e encontra os motivos reais para sua atuação. Mas também é inseparável de referências, de marcos que permitam fazer estas análises, que façam superar o nível puramente descritivo, que não se contentem com a constatação do que se faz, mas que permitam avaliar sua pertinência e adequação. E também se vincula à ação conjunta, ao trabalho em equipe, apesar de que a análise da própria prática tem uma dimensão indubitavelmente individual. (ZABALLA; 1998, epílogo).

Diante do exposto, impõe-se, hoje, a necessidade de se refletir sobre a qualidade da educação a partir da unidade escolar e, particularmente, da gestão de cada unidade escolar . É imprescindível pensar e refletir sobre sua importância e interferências na prática das gestões pedagógicas, no cotidiano escolar. As ações do gestor escolar podem e devem contribuir e intervir nas realidades didático e pedagógicas presentes na escola em busca de uma formação integral dos estudantes e dos profissionais da instituição que dirige e para isso deve estar preparado. E, assim, considerar a necessidade de “um rigoroso dimensionamento do conceito de qualidade para a escola básica. (...) necessidade de empreender uma profunda reflexão sobre o conceito de qualidade da educação escolar.” (PARO, 2006, p. 20-21).
Reconhece-se que é necessário considerar e buscar na histórica da educação do Brasil conhecimentos, em todos os aspectos, que possam estabelecer um diálogo coerente entre a qualidade da educação, exigida e aceita no passado, e compará-la com a qualidade da educação almejada agora, e assim, compreender melhor as cotidianidades e os conflitos decorrentes e recorrentes presentes no seio das escolas brasileiras e de Uberaba hoje. Entretanto, infelizmente, a História da Educação do Brasil e a de Uberaba, não serão focadas nessa discussão.
O conflito entre o conceito da qualidade da educação de ontem e o conceito da qualidade da educação de hoje é evidenciado nas práticas pedagógicas vivenciadas no cotidiano de cada unidade escolar. E esse conflito se estabelece em todos os segmentos que compõem uma escola. Competências e habilidades para gerir uma unidade escolar, gerir práticas de ensino, gerir conflitos, gerir conhecimentos conceituais, procedimentais e atitudinais na concepção de Freire, Zaballa, Libâneo, Hoffamann, Moran e tantos outros, são os desafios que se impõem aos gestores da escola atualmente na interacionalidade, na dinâmica da sociedade de agora.
Assim, a escola, nesse contexto, situacionalmente, na efervescência da plenitude da modernidade, adentrando a pós-modernidade, está preparada para tais mudanças e transformações? A formação de todos os profissionais que atuam nas escolas, de um modo geral, corresponde aos interesses e necessidades dos mesmos? O professor/educador é respeitado como tal? A importância do trabalho do professor é reconhecida pela maioria da sociedade? Como todos os profissionais da educação são selecionados para os cargos e para as funções que ocupam na escola? Será que o gestor escolar está atento aos desafios da escola de agora? Como são compreendidos e manifestados esses “desafios” pela gestão escolar? Como a escola é organizada? Todos os educadores conhecem o organograma da escola e sua finalidade? Todos conhecem e compreendem a filosofia (ou, é necessário que haja essa compreensão?) da escola? Como o projeto político pedagógico da escola foi elaborado e como é implantado? Como interferem e determinam as ações e a qualidade da educação através do desempenho das funções administrativas e das funções das gestões da prática pedagógicas nas escolas? Afinal, a unidade escolar é um todo ou não?
As questões formuladas e expostas demandam pesquisas e estudos mais aprofundados em busca de possíveis respostas; partem de observações e vivências profissionais, de conversas informais com parceiros, momentos que promovem e estimulam reflexões críticas e possibilidades de intervenções pedagógicas, reflexivas e criativas.
Reitero o que já foi dito: Não se tem a pretensão de esgotar ou aprofundar ou responder essas questões e discussões agora. Todavia, suscitar reflexões e ações que possam qualificar satisfatoriamente os processos de ensino e de aprendizagem a partir das realidades das gestões das unidades escolares, estejam elas, onde estiverem, nas periferias das cidades, ou nos centros, na zona rural, ou nas tribos. Repensar a gestão de cada unidade escolar como âncora da gestão das práticas pedagógicas nesse momento pode ser de fundamental importância.



2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 A qualidade da gestão escolar: âncora da qualidade da gestão pedagógica

A administração escolar sempre foi e é âncora de todo o processo ensino e aprendizagem e consequentemente da qualidade do ensino das unidades escolares em geral desde quando foi instituída como tal. Administração escolar ontem e gestão escolar hoje, cada uma ao seu tempo, com os trajes de seu tempo com os acessórios de seu tempo, porém com os mesmos objetivos; atender as necessidades da sociedade por meio do processo ensino e aprendizagem com eficiência.

A gestão escolar constitui uma dimensão e um enfoque de atuação que objetiva promover a organização, a mobilização e a articulação de todas as condições materiais e humanas necessárias para garantir o avanço dos processos sócio-educacionais dos estabelecimentos de ensino, orientados para a promoção efetiva da aprendizagem pelos alunos, de modo a torná-los capazes de enfrentar adequadamente os desafios da sociedade globalizada e da economia centrada no conhecimento. Por efetiva, entende-se, pois, a realização de objetivos avançados, de acordo com as novas necessidades de transformação sócio-econômica e cultural, mediante a dinamização da competência humana, sinergicamente organizada. (LUCK, Em espaço aberto; MEC; 2000).

Pode-se afirmar que a maioria da população brasileira escolarizada, alfabetizada, letrada, veio de outros momentos históricos da escola brasileira e, pode se dizer que está muito bem obrigado. Vê-se na ampla literatura disponível sobre educação, autores lá formados e, criticam, com ferocidade e muita propriedade a escola de hoje. Por exemplo, no dia-a-dia escolar, vê-se educadores/professores que se dizem satisfeitos com a educação tradicional que receberam e que, o fato da mesma ser tradicional e reprodutora, não os impediram de perceberem a adequação de conhecimentos e valores, de serem críticos e criativos no seu modo de ver e interpretar suas vivências pessoais como cidadãos com cidadania. Eis um conflito de conceitos e preconceitos legítimos.
Então, o que está acontecendo com a escola de agora se a de outrora e a de ontem, cumpriram seu papel?Também formaram cidadãos críticos e criativos. O que era escola de qualidade de outrora, de ontem e o que seria uma escola e uma educação de qualidade para os tempos atuais? Será que toda a população e os profissionais da educação, de um modo geral, entendem o que é qualidade da educação para a escola de agora, para a sociedade de agora? E, principalmente, para o mercado de trabalho de agora? Para as necessidades de sobrevivência de agora? Será que a exclusão escolar do passado é a mesma de hoje? E assim, como se entende, compreende, discursa e se faz a qualidade da educação que dependem dos sujeitos/objetos envolvidos no processo ensino e aprendizagem de hoje?

Nesse particular, é preciso não apenas fazer a revisão crítica das concepções existentes, em especial o paradigma neoliberal que associa o papel da escola ao atendimento das leis de mercado, mas principalmente, contribuir para a elaboração de um conceito de qualidade que valha a pena ser posto como horizonte e que sirva de parâmetro para a proposição de políticas públicas consistentes e realistas para o ensino fundamental. (PARO, p. 20; 2006)

Tudo isso, exige que o gestor de cada unidade escolar, hoje, esteja atento aos movimentos da sociedade, de modo que possa visualizar estratégias adequadas para o envolvimento e a participação de todos os profissionais da educação com o trabalho escolar, no dia-a-dia, numa perspectiva de prioridade, compromisso e responsabilização coletiva com criticidade e criatividade. Exige que o gestor escolar perceba que

[...] na perspectiva neoliberal, pôr a escola como centro das políticas significa liberar boa parte das responsabilidades do Estado, deixando às comunidades e às escolas a iniciativa de planejar, organizar e avaliar os serviços educacionais. Já na perspectiva sociocrítica, a decisão significa valorizar as ações concretas dos profissionais na escola que sejam decorrentes de sua iniciativa, de seus interesses, de suas interações (autonomia e participação), em razão do interesse público dos serviços educacionais prestados, sem, com isso, desobrigar o Estado de suas responsabilidades. (LIBÂNEO; 2003, p. 295).

Uma universidade formadora de docentes, por exemplo, através de seu modelo organizacional, tanto estrutural quanto curricular, pode ou não contribuir para a manutenção do status quo nas escolas de ensino básico. Acompanhar a evolução da ciência, do homem e da sociedade, pode ser tão importante quanto perceber e reconhecer com lucidez, que a universidade deve estar qualificada o suficiente para atender as demandas de conhecimentos e experiências que são exigidas dela hoje. É sintonizada com o presente e numa perspectiva futurista que ela pode estar construindo os alicerces das mudanças e das transformações almejadas e necessárias para uma sociedade melhor em todos os sentidos.
A LDBEN 5692/71 foi extinta, porém resquícios dela estão profundamente arraigados na cultura escolar, tanto na estrutura organizacional quanto na estrutura física, de um modo geral, ainda hoje. São os efeitos de paradigmas, de outrora, cristalizados nos autores e atores que fazem a escola, desde as famílias que a buscam aos gestores da mesma.
A Constituição de 1988 e a LDBEN 9394/96, ainda, não conseguiram realizar de maneira substancial suas metas, seus objetivos e seus princípios básicos das relações sociais, políticas, econômicas, no trabalho e nas convivências humanas. E assim, não se mantêm dialogicamente, firmes, íntegras e, provocando as mudanças e as transformações que as realidades sociais, econômicas, políticas e humanas do mundo local, globalizado, planetário exigem. Nobuko kawashita argumenta que:

Valente (2002) analisa o embate, pela primeira vez na história da educação brasileira, de dois planos nacionais de educação. Um resultante da ampla mobilização popular e outro, elaborado pelo governo. O substitutivo governamental aprovado, que contemplava a ampliação de recursos para educação (por pressão da sociedade e de alguns parlamentares identificados com os anseios populares) foi manietado pelos vetos do Presidente. Na Mensagem nº 9, de 9/1/2001, o Presidente justifica e confessa que os vetos relacionados à aplicação de recursos foi por “recomendação” dos ministérios do Planejamento e da Fazenda, deixando claro que quem “manda” na educação brasileira é a área econômica e o FMI. (FMI, ainda tão ameaçador hoje, grifo meu).

À semelhança do que ocorreu com a Constituição, a elaboração da LDB contou, em seu início, com a participação dos educadores e entidades ligadas à área. No entanto, o anteprojeto, de autoria de Jorge Hage, discutido democraticamente por sete anos, foi substituído autoritariamente por outro, do senador Darcy Ribeiro, mais afinado com os interesses do governo e com as recomendações do Banco Mundial. Não se pretende discutir, aqui e agora, obviamente, anteprojetos, planos, autores e méritos, mas a falta do diálogo amplo e irrestrito com os profissionais da educação e a sociedade sobre os conteúdos/consequências dos anteprojetos e planos para a educação brasileira naquele momento.
É importante, que essa discussão venha à tona, pois pode elucidar muitos equívocos e dificultadores de uma compreensão mais fecunda sobre a ingerência dos interesses dominantes e reais dos verdadeiros gestores da educação no Brasil, infelizmente, presentes ainda hoje, no comando do sistema educacional brasileiro. É enorme a bibliografia legal que sucinta discussão, reflexões, conclusões afins. Além de denunciarem concretamente discrepâncias e o distanciamento entre o discurso, a realidade e a prática – teoria versus prática versus realidade e resultados. Pesquisar é preciso.
Todavia, respeita-se e reconhece-se os esforços de muitos, dos diversos setores da sociedade, em especial, da educação, para que os conhecimentos teóricos e científicos sejam incorporados à prática (ao fazer) pela maioria dos profissionais da educação numa perspectiva emancipatória, transformadora e libertadora.
Os meios de comunicação com novas tecnologias, a informática e a internet, unificam cada vez mais pessoas e culturas. A construção de novos conhecimentos e novos paradigmas é inevitável e novas necessidades se fazem presentes exigindo das pessoas, dos indivíduos mudanças conceituais transformadoras, impondo aos gestores das unidades escolares, novas práxis advindas desses novos conhecimentos.
O PNE (Plano Nacional da Educação) e PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação) existem cujos princípios básicos, metas e objetivos norteiam em tese o que se entende, atualmente, por qualidade da educação e prática pedagógica no âmbito educacional brasileiro. Daí pode-se delimitar o papel e as necessidades dos gestores escolares e dos gestores da prática pedagógica hoje.

Reconhece na educação uma face do processo dialético que se estabelece entre socialização e individuação da pessoa, que tem como objetivo a construção da autonomia, isto é, a formação de indivíduos capazes de assumir uma postura crítica e criativa frente ao mundo e deve se harmonizar com os objetivos fundamentais da própria República, fixados pela Constituição Federal de 1988: construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais e promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. (PDE; 2007).


A maioria das escolas e seus profissionais desconhecem o teor do PDE, sua trajetória, os princípios básicos que norteiam suas propostas educacionais. São questões recorrentes e decorrentes,  subjacentes às realidades da educação brasileira. Por exemplo, como está a valorização da educação brasileira? Como, de fato, todos os segmentos da sociedade brasileira a vê? E a valorização profissional formativa e a salarial dos profissionais da educação? Estas são decorrentes das questões anteriores? E, ainda, a saúde e as condições de trabalho desses profissionais estão sendo consideradas e viabilizadas convincentemente? São questões que demandam reflexões e atitudes agora. (Ação-Reflexão-Ação). Quantas horas de regência (gestão) de uma sala de aula um (a) professor (a) precisa trabalhar para conseguir se manter com uma razoável dignidade profissional e de vida pessoal? Sim, pois ministrar aula, gerir uma sala de aula é um trabalho, é uma profissão e em toda a extensão desses conceitos. O que é ser um profissional da educação? O que é ser um Professor/educador? O que é ser um gestor escolar e um gestor da prática pedagógica? Qualquer um pode ser?
Ao pensar o cotidiano escolar pensa-se na realidade na qual cada unidade escolar está inserida e obviamente nas necessidades imediatas da mesma. Necessidades materializadas no corpo discente e em todos os profissionais que nela atuam. Portanto, pensar a qualidade da educação na pós-modernidade, deve ser pensar sobre o cotidiano escolar e nos paradigmas aí presentes, reavaliando-os numa perspectiva crítica e criativa, visando as mudanças e as transformações que o momento histórico exige. Pensar a prática da gestão pedagógica e a gestão dessa prática, hoje, é imprescindível. Pensá-la a partir da gestão escolar (Diretores, Diretoras e Vices) e junto com elas é de fundamental importância. “... Que todos façam parte do que temos que ensinar na escola não se deduz tanto de uma exigência burocrática da administração educacional, mas da necessidade de educar de modo íntegro as pessoas.” (ZABALA, 1998)
É impossível desvincular a gestão escolar do cerne dos objetivos e metas da escola que é o desempenho do processo ensino-aprendizagem e, como também, é impossível descompromissá-la, desresponsabilizá-la dos resultados decorrentes. Entender amplitudes, delimitações de funções e ações elucidando os conceitos de gestão escolar, gestão pedagógica, gestão de sala de aula cujas funções e âmbitos decisórios são específicos, mas com objetivos indissociáveis podem ser de relevância para  alcançar e encontrar a tão almejada qualidade da educação na escola de agora.

No contexto da educação brasileira, tem sido dedicada muita atenção à gestão na educação que, enquanto um conceito novo, superador do enfoque limitado de administração, se assenta sobre a mobilização dinâmica e coletiva do elemento humano, sua energia e competência, como condições básicas e fundamentais para a melhoria da qualidade do ensino e a transformação da própria identidade da educação brasileira e de suas escolas, ainda carentes de liderança clara e competente, de referencial teórico-metodológico avançado de gestão, de uma perspectiva de superação efetiva das dificuldades cotidianas, pela adoção de mecanismos e métodos estratégicos para a solução dos seus problemas. (LUCK, apud MEC; 2000, p 97. ).

As escolas reais, tanto as públicas como as privadas, enfrentam dificuldades de gestão no cotidiano. Carecem de profissionais atualizados e com excesso de carga horária de trabalho, de pais com dificuldades diversas para acompanharem a vida escolar dos filhos, excessos (isso acontece mais nas públicas) de projetos externos e intromissão política, isto é, falta de autonomia para se recusar  participar ou não de determinadas propostas de atividades escolares vindas de outras instâncias e com poder de influência política e de interesses escusos que não levam em consideração o contexto no qual a escola está inserida; ausência de um projeto de formação permanente de todos os profissionais da educação e assim vai.

Compete à gestão escolar estabelecer o direcionamento e a mobilização capazes de sustentar e dinamizar a cultura das escolas, de modo que sejam orientadas para resultados, isto é, um modo de ser de fazer caracterizado por ações conjuntas, associadas e articuladas. Sem esse enfoque, os esforços e gastos são dispendidos sem muito resultado, o que, no entanto, tem acontecido na educação brasileira, uma vez que se tem adotado, até recentemente, a prática de buscar soluções tópicas, localizadas e restritas, quando, de fato, os problemas da educação e da gestão escolar são globais e estão inter-relacionados. Estes não se resolvem ora investindo em capacitação, ora em melhoria de condições físicas e materiais, ora em metodologias, ora em produção de materiais, etc. É preciso agir conjuntamente em todas as frentes, pois todas estão inter-relacionadas. (LUCK, apud MEC; 2000, p.121 ).

Na verdade, o que se encontra nas escolas, de um modo geral, e bem acentuado, é um profundo distanciamento entre o discurso teórico, a fala e uma vivência da prática. Por exemplo, as Secretarias de Educação, por razões diversas, mantêm as direções das unidades escolares reféns de suas determinações e orientações e de uma relativa e limitada autonomia, tolhendo a capacidade de iniciativa das escolas comprometendo-as seriamente. Projetos e Planos de Ação ficam, assim, controlados e atrelados às determinações dessas Secretarias de Educação. O mesmo acontece, nas unidades escolares, com a relação família e escola. Tanto na escola pública quanto na  particular essa relação família e escola, é um desafio.Para entender melhor e refletir sobre o papel do gestor escolar, nessa questão particular, relação família e escola, percebe-se que, particularmente, na pública, essa relação é dificultada pela falta de tempo dos pais para participarem, de fato, da vida escolar dos filhos. Os pais conhecem e usam seus direitos legais para isso, isto é, para estarem na escola do filho sempre que necessário? Sim e não, poucos, pois muitos preferem nem tentarem. A maioria não conhece e os poucos que conhecem não ousam, pois entre se ter um direito e poder usufruir dele há uma distância enorme. O acesso à Lei e o cumprimento dela são outros assuntos, outras realidades, outros desafios. E, ainda, os horários dos pais não coincidem com os horários que a escola pode disponibilizar para eles. Hoje, pais e mães trabalham, são trabalhadores assalariados ou terceirizam seu trabalho.. Os profissionais que atuam na escola, depois de cumprirem sua carga horária de trabalho, precisam de outra, pois como os pais dos alunos que freqüentam a escola, precisam complementar os seus salários. Além disso, pais, mães e os profissionais das escolas, enfrentam seus próprios afazeres e seus problemas domésticos em seus lares, doenças, carências de todos os jeitos e modos, compromissos a serem cumpridos com credores, filhos, esposo, esposa, familiares, vizinhos, médicos, psicólogos e a ESCOLA. São questões que, reconhecidas ou não por muitos, estão permeadas no dia-a-dia da escola e interferem, determinam as relações ESCOLA/FAMÍLIA.
Re-inventar a escola é possível. A qualidade passa pelo conhecimento e reconhecimento da realidade onde a mesma está inserida e também pela capacidade de idealizar e pela capacidade de realizar os sonhos. Conhecer a escola que se tem de verdade e compará-la convenientemente com a que se quer pode ser o início de uma caminhada bem sucedida. Formar e informar adequada, permanentemente e assessorar o gestor de escola e todos os demais profissionais da educação são exigências indispensáveis à qualidade da educação da pós-modernidade. O gestor de escola que não sabe disso, não é gestor de escola, é apenas mais alguém que, por interesses pessoais, ocupa um lugar na escola e a transforma num caos inominável. Ser gestor de escola requer competências e habilidades específicas, conteúdos e metodologias estratégicas, além de sensibilidade humana apurada, pois a qualidade da gestão e da prática pedagógica está atrelada a ele, gestor. . No entanto, é importante considerar:

Cabe ressaltar que a gestão escolar é uma dimensão, um enfoque de atuação, um meio e não um fim em si mesmo, uma vez que o objetivo final da gestão é a aprendizagem efetiva e significativa dos alunos, de modo que, no cotidiano que vivenciam na escola, desenvolvam as competências que a sociedade demanda, dentre as quais se evidenciam: pensar criativamente, analisar informações e proposições diversas, de forma contextualizada, expressar idéias com clareza, tanto oralmente, como por escrito, empregar a aritmética e a estatística para resolver problemas; ser capaz de tomar decisões fundamentais e resolver conflitos, dentre muitas outras competências necessárias para a prática de cidadania responsável. (LUCK, apud MEC; 2000, p.123. ).

Assim, além de contextualizar disciplinas e conteúdos nas gestões das práticas pedagógicas, há de se contextualizar a gestão da unidade escolar na mesma. Equacioná-la interativamente com a comunidade que pretende atender. Procedimentos que exigem outros e novas interações com todos os segmentos da escola, como por exemplo, os Conselhos Escolares, com os Conselhos de Classe, com os discentes, com os gestores da prática pedagógica, com a Secretaria Municipal de Educação e outros segmentos de igual importância. Numa escola não existe segmentos menos importantes que outros; todos estão interligados e todos em função do corpo discente e da qualidade da educação que a sociedade necessita hoje e, ela, necessita de homens inteiros, com formação humana, profissional e técnica, com saberes diferentes baseados na iniciativa, na criatividade e na criticidade, pensantes, capazes de compartilhar o resultado do seu trabalho honesta e justamente com seus pares. A gestão escolar deve ser capaz de promover interações eficazes, vigorosas entre os diversos setores de uma unidade escolar, bem como, com todo o sistema de ensino, MEC, SEE, SME.
Decorre daí a necessidade de que os futuros professores reconheçam e compreendam as relações entre o espaço escolar, o sistema de ensino e o sistema social mais amplo. Precisam, assim, saber como e por que são tomadas certas decisões no âmbito do sistema de ensino, como a direção da escola lhes transmite tais decisões e como estas expressam relações de poder, idéias sobre o tipo de aluno a ser educado, formas de avaliação e de controle do trabalho escolar. Como responsáveis pela formação intelectual, afetiva e ética dos alunos, os professores necessitam ter consciência das determinações sociais e políticas, das relações de poder implícitas nas decisões administrativas e pedagógicas do sistema e de como elas afetam as decisões e as ações levadas a efeito na escola e nas salas de aula.

Todavia, a constatação da influência do sistema de ensino sobre as escolas não pode levar os professores a recusar toda e qualquer decisão vinda de cima, só porque provém de uma autoridade superior. É importante que as escolas e os professores tenham autonomia em suas decisões, mas essa será sempre relativa. (LIBÂNEO, 2003, p. 299).

Acredita-se que todos os profissionais da unidade escolar devam estar cientes das interferências de outras instâncias de poder que influenciam e delimitam as ações, as funções e as decisões administrativas e pedagógicas no dia-a-dia da escola sem, no entanto, deixar de oportunizar e criar espaços de discussões, decisões coletivas, críticas e criativas, incentivando e valorizando sinceramente a participação de todos no processo de ensino e aprendizagem de todos.

2.2 A formação continuada dos gestores escolares: um desafio, uma esperança, uma necessidade imperiosa

Pensar a qualidade de ensino e aprendizagem vinculada à qualidade de formação dos gestores das unidades de ensino local e localizada pode ser uma possibilidade real. As exigências e níveis das necessidades das comunidades que as escolas, hoje atendem, são indicativos determinantes de uma formação especializada e eficaz. A escola de hoje demanda profissionais qualificados e uma qualificação adequada aos gestores escolares não foge à regra. A cotidianidade da escola pública e particular, hoje, exige do gestor escolar formação permanente.
A gestão escolar e, consequentemente, a atuação e formação do seu gestor enfrentam grandes desafios e mudanças. O avanço e a relevância social e política da teoria e da prática da administração da educação emergem da superação da aplicação mecanicista e acrítica de teorias de administração produzidas. A crescente fidelidade à educação, na construção teórica e na atuação prática da sua administração, fundou sua crescente pertinência e relevância.
Esta fidelidade vem exigindo mudanças profundas no pensamento e na atuação das pessoas envolvidas com a administração da educação. A autonomia da educação e a democratização de sua gestão demandam sua (re) construção teórico/prática, o que se constitui uma reivinvenção da educação.

Em resumo, o gestor da escola defronta-se com novas demandas, oriundas da evolução da sociedade e da base material das relações sociais. Neste contexto, a educação e sua administração, como origem e destino da relação entre teoria e prática, engendram novas bases teóricas e (re) constroem práticas. Esta renovação teórico-prática da administração educacional enseja demandas para o gestor, tanto para sua atuação quanto para sua formação. (WITTMANN, apud MEC; 2000 ).

Observa-se na maioria das unidades escolares hoje, um esforço dos (as) gestores (as) em desempenhar as funções que lhes são atribuídas pelas SEMECs – Secretarias Municipais de Educação e Cultura – umas, por meio de um Contrato de Gestão e em função do mesmo e suas metas. Empenham-se para atender bem às orientações e assessoramentos dos gestores da Educação nos Municípios, mas, ainda numa relação verticalizada, de submissão, de forma dependente e burocrática.
Esse comportamento traz para o interior das escolas muitas dificuldades e inseguranças, tanto para a própria área administrativa quanto para a área da prática pedagógica e uma ineficácia de interlocução com a comunidade escolar e de bairro. A maioria do que é feito, o é em função do atendimento das exigências e solicitações das SEMECs e Assessores das mesmas e raramente por iniciativa e por uma percepção dos próprios gestores e demais profissionais das unidades escolares.

Essa escravidão consiste na obrigação, de quem está sujeito a ela, de cumprir, sem ponderar, as ordens que recebe; de fazer o que se lhe manda, sem direito de reclamar coisa alguma, sem salário, nem vestuário, nem melhor alimentação, nem descanso, nem medicamentos, nem mudança de trabalho. (NABUCO . 2000, p. 91).

Entende-se que a qualidade da educação passa pela qualidade de todos os profissionais da educação e sublinhando, dos gestores das unidades escolares, e formá-los adequadamente, é dever do sistema educacional brasileiro (federal, estadual e municipal) e direito destes profissionais. Ainda, hoje, infelizmente são tratados como profissionais “descartáveis” submetendo-os à processos seletivos de contratações temporárias a serviço do poder público e político. Consequentemente, comprometendo negativamente, em cadeia, todo o processo ensino e aprendizagem nas unidades escolares.
A direção da escola, além de uma das funções do processo organizacional, é um imperativo social e pedagógico. O significado do termo direção, no contexto escolar difere de outros processos direcionais, especialmente os empresariais. Ele vai além da mobilização das pessoas para a realização eficaz das atividades, pois implica intencionalidade, definição de um rumo educativo, tomada de posição ante objetivos escolares sociais e políticos, em uma sociedade concreta. A escola, ao cumprir sua função social de mediação, influi significativamente na formação da personalidade humana; por essa razão,  os objetivos políticos e pedagógicos são imprescindíveis.
[...] portanto, por sua natureza, inclui o conceito de direção. Sua adequada estruturação e seu ótimo funcionamento constituem fatores essenciais para atingir eficazmente os objetivos de formação. Ou seja, o trabalho escolar implica uma direção.

Com base nesse princípio mais geral, há que destacar o papel significativo do diretor da escola na gestão da organização do trabalho escolar. A participação, o diálogo, a discussão coletiva, a autonomia são práticas indispensáveis da gestão democrática, mas o exercício da democracia não significa ausência de responsabilidades. Uma vez tomadas as decisões coletivamente, participativamente, é preciso pô-las em prática. Para isso, a escola deve estar bem coordenada e administrada. (LIBÂNEO, 2003, p. 330).


A Formação Continuada e Permanente de todos os profissionais da unidade escolar, insisto inclusive do gestor da unidade escolar, de forma localizada, isto é, em conformidade com as características peculiares da comunidade que a mesma atende, é imprescindível para a qualidade da educação.

A organização e a gestão do trabalho escolar requerem o constante aperfeiçoamento profissional - político, científico, pedagógico - de toda a equipe. Dirigir uma escola implica conhecer bem seu estado real, observar e avaliar constantemente o desenvolvimento do processo de ensino, analisar com objetividade os resultados, fazer compartilhar as experiências docentes bem-sucedidas. (LIBÂNEO, 2003, p. 337).


Compreender, fazer compreender e promover - ação-reflexão-ação – na complexidade da organização de uma unidade escolar é papel dos gestores escolares e esta postura profissional exige formação adequada, autonomia e uma concepção atitudinal emancipatória de pensares e saberes profissionais necessários a todos os profissionais que nela atuam. Daí, a formação dos gestores escolares e dos gestores da prática pedagógica tornar-se absolutamente necessária e ser um desafio porque significa redefinir a cultura organizacional instaurada nos liames da escola de hoje. Ter claro que tipo de sociedade se tem e que se quer indicam os princípios que fundamentam a formação dos gestores da educação de modo geral.

O maior desafio a ser empreendido em relação à gestão diz respeito à qualificação do gestor, por duas razões. Primeiramente, porque o modelo e o processo de qualificação dos atuais gestores estão ancorados em parâmetros que não comportam as novas demandas institucionais e sociais; segundo, porque a gestão da educação, atualmente, tornou-se um dos principais fatores do desenvolvimento institucional, social e humano. (PAZETO, apud MEC, 2000, p 98. ).

Diante da realidade das unidades escolares, particularmente, das públicas, de um modo geral, e do que está sendo exposto e pontuado neste artigo, há de se aprofundar e levantar outros fatos e ponderações que possam enriquecer as reflexões expostas. São possibilidades reais, concretas mediante à consciência de um querer coletivo.

Mas a existência de condições objetivas – ou possibilidades, ou liberdade – ainda não é suficiente: é necessário conhecê-las e saber utilizá-las. Querer utilizá-las. O homem, neste sentido, é vontade concreta: isto é, aplicação efetiva do querer abstrato ou do impulso vital aos meios concretos que realizam esta vontade. (GRAMSCI; 1978, p. 47).

A gestão da prática pedagógica e a gestão da sala de aula é a reprodução da gestão de uma unidade escolar. Não tem meio termo. Se os cargos e as funções são verticalizados, a organização da unidade escolar é reproduzida na sala de aula por mais progressista que seja a visão dos gestores das práticas pedagógicas. Caso contrário, o conflito (o confronto, o combate, muito distante do diálogo ou do debate) se estabelece e, muitas vezes, quase sempre, sem resultados positivos. De qualquer modo, todos saem perdendo porque os resultados são ruins, principalmente, para a eficácia do processo ensino e aprendizagem.

A gestão democrática da educação é, hoje, um valor já consagrado no Brasil e no mundo, embora ainda não totalmente compreendido e incorporado à pratica social global e à prática educacional brasileira e mundial. É indubitável sua importância como um recurso de participação humana de formação para a cidadania. É indubitável sua necessidade para a construção de uma sociedade mais justa, humana e igualitária. É indubitável sua importância como fonte de humanização. Todavia, ainda muito se tem por fazer, pois, como nos ensina Dourado (1998) “convivemos com um leque amplo de interpretações e formulações reveladoras de distintas concepções acerca da natureza política e social da gestão democrática e dos processos de racionalização e participação, indo dede posturas de controle social (qualidade total) até perspectivas de participação efetiva, isto é, participação cidadã”. (FERREIRA, apud MEC; 2000 p 98.).

Muito se tem feito. Muitos esforços isolados e com resultados positivos, mas Ferreira argumenta muito se tem ainda que construir para que este valor, já historicamente universal, possa ser realidade na consubstanciação de uma sociedade verdadeiramente humana.

3 - CONCLUSÂO

Reinventar o Sistema Educacional Brasileiro a partir da valorização dos profissionais que atuam na escola pode ser a possibilidade de criar o nosso próprio modelo de educação, nossa própria identidade, competência e autonomia. Nessa caminhada é importante considerar a gestão escolar como ponto de partida.
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, art.206, inciso V diz:

Valorização dos profissionais do ensino, garantido, na forma da lei, planos de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, assegurado regime jurídico único para todas as instituições mantidas pela União;
VI – gestão democrática do ensino público, na forma da lei
VII _ garantia de padrão de qualidade. (BRASIL, 1988).

A partir da Constituição de 1988, os princípios gerais da organização da sociedade brasileira fundam-se na democracia e a gestão escolar também, além de garantir padrão de qualidade de ensino. Parecem tão óbvias as mudanças consequententes do texto constitucional. Todavia não o é. O que cada pessoa entende, interpreta e  age conforme compreende os conceitos de democracia e de padrão de qualidade da educação é populacional. Os conflitos conceituais, atitudinais entre as pessoas na ambiência escolar estabelecem-se e poderiam enriquecer discussões e as relações sociais, servirem de indicativos para solucionar muitas pendências administrativas e pedagógicas possibilitando inovações interessantes, adequadas e criativas. Porém dificilmente isso acontece. Não é raro os conflitos serem vistos como incompetências nisso ou naquilo; serem sinônimos de falta de habilidade de contornar ou de enfrentar dificuldades. Saber lidar com estas e outras realidades do cotidiano escolar é realmente um grande desafio para o gestor escolar e gestores pedagógicos. Entretanto criar, recriar, novas possibilidades de intervenções na cotidianidade escolar pode ser possível.
Outra questão a ser refletida é o modo de como o gestor escolar, na Federação brasileira, assume o cargo de direção. Na maioria dos Estados e Municípios essa condução ao cargo de gestor escolar (diretor/a) é feita através de uma pré-seleção com avaliações e o processo eleitoral com a participação da comunidade escolar (estudantes, pais e professores), este considerado por uma boa parte dos profissionais da educação como o mais viável e democrático. E o outro modo, ainda, somente, por indicação política. Na verdade, o que se discute, hoje, é a ausência da construção do processo democrático nas escolas apesar do (a) gestor (a) (diretor (a) escolar) ser eleito (a) ou não. A eleição dos gestores não tem garantido e qualificado o processo democrático e participativo nas relações do trabalho administrativo e pedagógico nas escolas públicas como se esperava. E a qualidade da educação almejada pela democracia não se faz satisfatoriamente.
Outras grandes questões são: Como está a saúde, a alimentação, a moradia, o lazer, a carga horária de trabalho dos profissionais que atuam na educação? Quanto ao docente, como, quando, onde estuda e planeja suas aulas? Nesse contexto, o gestor (diretor/a) escolar se inclui nele? Como? Por quê? Ou Para quê?
Buscar novos paradigmas de qualidade da educação

[...] implica colocar a educação a serviço de novas finalidades, afim de se poder , na tentativa de superar tudo o que tem corroído a humanidade neste quadro de caos e de barbárie em que vivemos, construir um futuro mais compromissado com toda a humanidade. A emancipação humana se conquista na solidariedade e na participação que o conhecimento-emancipação é capaz de construir. (FERREIRA, 2001, p. 113).

Focar a gestão da unidade escolar, a partir dela mesma, reinventá-la por meio da sua cotidianidade, ou seja, atendê-la eficazmente em suas necessidades reais e imediatas como, por exemplo, de formação ampla e específica (profissional, técnica, humana, holística), de cada gestor (a) na sua ambiência de trabalho ou fora dela, de modo que ele (a) possa analisar, refletir, decidir, construir registros e possibilidades reais de intervenções administrativas e pedagógicas, considerando o perfil da comunidade, o perfil dos profissionais que nela atua. Estabelecer metas de curto, médio e longo prazo com consciência, criticidade e criatividade em conformidade com a realidade onde a escola está inserida.
Nos últimos três anos, o sistema municipal de educação de Uberaba, tem se empenhado em formar gestores escolares e  gestores da prática pedagógica. Estudos, seminários, congresso, cursos, troca de experiências foram e estão sendo realizados no intuito de buscar qualidade de ensino e aprendizagem. Todavia, percebe-se que apesar da boa vontade e esforços da maioria dos envolvidos, os profissionais da educação, os resultados, ainda, não são satisfatórios, não alcançam as dificuldades específicas presentes na cotidianidade de cada escola, mesmo sendo similares. A abrangência da ação-reflexão-ação limitou-se ao cumprimento de “tarefas”, isto é, o discurso ainda não está incorporado ao fazer. O fazer continua ainda muito distante da fala/teoria; é como um estudante (a) que vai à escola todos os dias, assiste as aulas, recebe as tarefas de casa, executa-as mecanicamente e volta para sala de aula, e de novo, tudo do mesmo jeito, o conhecimento adquirido não mudou o comportamento.
Conclui-se o texto, mas não a discussão, a reflexão e a busca permanente de conhecimentos e de ações que viabilizem o exercício da prática das mesmas. Pensar, conhecer e formar a gestão escolar de cada unidade escolar pode ser a possibilidade da construção da qualidade do ensino e da educação que almejamos.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação, n. 9394, de dezembro de 1996.

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Diretrizes curriculares nacionais educação básica MEC. Brasília: 2001.

CARAPETO, N. S. Gestão democrática da educação: atuais tendências, novos desafios. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2003. 119 p.

HELLER, Agnes [et al.] A crise dos paradigmas em Ciências Sociais e os desafios para o século XXI. Rio de Janeiro: Contraponto, 1999.

LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira de; TOSCHI, Mirza Seabra. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2003.408 p.

LÜCK, Heloísa, PAZETTO, Antonio Elisio, FERREIRA, Naura Syria Carapetto, WITTMANN, Lauro Carlos. Gestão Escolar e Formação de Gestores. Em Aberto, MEC. Brasília, v.17 n. 72. 2000.

PARO. Vitor Henrique. Gestão escolar, democracia e qualidade do ensino. São Paulo: Ática, 2007. 120 p.

_______ Administração escolar – introdução crítica. 14. ed. São Paulo: Cortez, 2006. 175 p.

ZABALLA, Antony. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.

Minhas Reflexões! Diálogos sobre a inclusão de pessoas portadoras de deficiências específicas e necessidades especiais de atendimento na escola regular

Diálogos sobre a inclusão de pessoas portadoras de deficiências específicas e necessidades especiais de atendimento na escola regular

Professora: Vera Lúcia de Oliveira


“_Professora, eu estou aqui porque minha mãe me matriculou. Foi a Diretora da Escola de tal quem mandou. Ela disse pra minha mãe que eu tenho direitos e vim conversar com a senhora porque eu tomo uns remédios antes d’eu vir pra cá e preciso sair da sala quando eu precisar e se o professor não deixar posso causar problemas. Sabe, eu não gosto que me encostem , que brinquem comigo e já vi que tem gente na sala que gosta muito de estar encostando na gente... avisa pra eles que eu não gosto disso e vou partir pra cima deles...” (Y -17 anos –EJA – sala 50 alunos matriculados e 45 alunos freqüentes.)


Introdução

Apresentar algumas reflexões sobre a inclusão e a integração aos portadores de deficiências sensoriais e físicas na escola regular numa perspectiva educacional, social, humana e ética é o objetivo principal deste trabalho. Contudo, sem a pretensão de se esgotar as possibilidades de discussão em torno da busca efetiva da compreensão e relevância do tema para todos os segmentos da sociedade.
Fala-se muito em inclusão e integração educacionais, sociais, culturais aos portadores de deficiências mentais, sensoriais, físicas e culturais na escola regular em nome de uma conduta humana e ética mais apurada. Muitas palestras são promovidas para grupos de educadores, de gestores da educação, de professores e para outros segmentos da sociedade no intuito de se estabelecer um diálogo positivo e necessário sobre o assunto. No entanto, observa-se que a compreensão e a apreensão das proposições pelos principais interessados pelo tema são prejudicadas quando o “diálogo” é feito unilateral e verticalmente, sem a preocupação de uma divulgação e, uma discussão mais aprofundada, ampla e eficaz do assunto.
Muitas críticas são feitas à escola, aos docentes, aos gestores, aos pais, aos discentes portadores ou não de deficiências de quaisquer naturezas, sem que seja dada a eles a oportunidade de serem ouvidos, de serem integrados às discussões e às decisões advindas das mesmas. O que se sabe é que nem mesmo as pessoas portadoras de deficiências específicas e suas famílias foram, seguramente, ouvidas e a elas oferecidas os atendimentos urgentes e adequados. Se o foram, a divulgação competente, das proposições feitas por eles é desconhecida pela maioria dos profissionais da educação que atuam na maioria das escolas públicas brasileiras.
As habilidades, aptidões e a compreensão da complexidade histórica do tema, tão necessárias, a uma atuação ética e eficaz, são abordadas às pressas a grupos restritos de pessoas convidadas e, previamente, escolhidas para multiplicarem as ações fins nos seus locais de atuação profissional. Para a escola, acredito, é fundamental que tenha tempo suficiente para apreender, se adequar e assumir conjuntamente com todos os segmentos da sociedade esta responsabilidade. Jamais, sozinha, desamparada e ignorada pelos gestores do sistema educacional brasileiro e outros.
É ingenuidade pensar que as pessoas não tenham consciência das diferenças nos diversos aspectos da natureza humana, sejam eles físicos, mentais, sensoriais, ou culturais. Soa meio falsa a idéia de que as pessoas, hoje, têm dificuldades para aceitarem tais diferenças. Eu acredito que as pessoas, de modo geral, certamente, não sabem como lidar, pedagogicamente, com as mesmas. É diferente de rejeição, de resistência, não quererem, do não reconhecimento às diferenças individuais, da não aceitação do óbvio. Já é terceiro milênio e, acredita-se que a humanidade esteja mais evoluída, que a nação brasileira esteja mais evoluída. Reclamos por formação, condições reais humanas, materiais, ambientais para que se possa atender igualmente a todas as pessoas que buscam a escola como um espaço de aquisição de conhecimentos e cultura.

Algumas Reflexões Necessárias

A luta dos profissionais da educação, dos professores, em especial, pela igualdade de direitos humanos em toda sua abrangência é histórica e não é ficção.
Negar a indiferença dos indivíduos, que sustentam o sistema capitalista/neocapitalista e toda a sua organização e consciência de valor e as conseqüências advindas de suas ações, são descabíveis e inaceitáveis.
Não é a escola que não aceita os “diferentes”, insisto. A escola quer apenas condições humanas, materiais. Ambientais e profissionais para continuar seu trabalho com eficácia, ética e poder oferecer um ensino de qualidade a todos que nela buscam conhecimento, evolução humana e qualidade de vida. Estas, também, são lutas históricas da escola, principalmente, a pública. A escola é vítima! A cada dia perde mais sua identidade e a sua função.
Inclusão e Integração educacionais e sociais para todos, inclusive, para os portadores de deficiências específicas e, portanto, necessidades especiais de atendimento e que sempre foram excluídos são exigências naturais, legítimas e humanas da própria escola, da própria educação. Hoje, ainda, utópicas! Mas uma utopia necessária a qualquer pessoa que pretenda continuar nesse processo de humanização da humanidade. Processo esse de condutas éticas próprias impostas pela realidade individual de cada pessoa envolvida, desde a família à escola (regular e especializada) e sociedade como um todo e especificamente afins.
O tema não é novo, mas tem o seu tempo, o seu espaço e sua história. Não é a escola que faz o sistema de organização de produção e de sociedade. É o contrário. Mas é papel da escola lutar por um modelo de organização social e de produção menos classista e classificatório, menos castrador e excludente. A escola pública é o que é, porque a fazem assim, a querem assim, indiferentes à vontade e às reivindicações dos profissionais que nela atuam.
Os interesses e os poderes econômicos e políticos continuam mais fortes e cada vez mais acumulando bens materiais, visando superfaturamentos para si mesmos em todos os aspectos de vida, material, intelectual e social. Contraria, assim, a essência das propostas da Conferência Mundial de Educação para Todos de l990 - Jontiem, Tailândia e a Declaração de Salamanca – 1994 – Espanha - e Convenção da Guatemala, cujos resultados estão sendo incorporados à legislação brasileira de maneira mais intencionada desde 200l. Mas, infelizmente, na prática, sem muito sucesso e muito lentamente. E ignorar que - “a educação formal que é vivida na escola é um subsistema do sistema maior” não é prudente. (Freire, Cuidado Escola - 1980)
A Constituição de 1988 garantiu direitos, mas não deveres aos economicamente poderosos que interferem na legislação através de lobes, assegurando assim seus interesses. Por isso, avança - se em discursos, propostas e consciência, porém em realizações concretas quase nada mudou, apesar das lutas dos Profissionais da Educação por uma educação de qualidade e ética que, obrigatoriamente, passam pelas reivindicações de valorização profissional sobre todos os aspectos de formação e salarial que lhes assegurem também, qualidade de vida.
Infelizmente, no decorrer da última década e até nos dias atuais, os professores e demais profissionais da educação, têm sido responsabilizados pela falta de qualidade do ensino no sistema público de um modo geral. Também, os profissionais do magistério do sistema privado também o são, embora com menos contundências.
Muitos defendem a idéia de que o processo de inclusão e integração educacionais, sociais de portadores de deficiência específicas não caminha como devia, porque os professores resistem a elas. Negam-se a atender na rede regular de ensino, nas suas salas de aula, os portadores de alguma deficiência especial, aqui chamada de específica.
“Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.” (Art.208 – Princípio III da LDB 9394/96) - Direito inalienável de quaisquer pessoas, crianças, jovens, adultos ou senis é legítimo e reconhecido pela maioria das pessoas que constituem os diversos segmentos da sociedade brasileira. Porém, ser legítimo e reconhecido, nem sempre significa ser financiado, custeado pelos agenciadores da educação, nem sempre significa ser possível às escolas públicas e privadas considerando a realidade na qual estão inseridas hoje. A sociedade brasileira, organizada segundo seus valores e na forma como é, se mostra incapaz de reconhecer, sequer, que ao longo de sua própria história, foi também e é constituída por pessoas portadoras de deficiências especiais. ( Será necessário, aqui, citar algum exemplo?) E, ainda, até hoje, insiste em fazer cópias mal feitas de modelos de práticas educacionais e de ensino, oriundos de outras realidades, de outra América, de outros Continentes. Portanto, é injusto atribuir aos profissionais da educação à desqualificação e falência do ensino nas escolas públicas e privadas.

Seguindo em frente e pontuando algumas questões relevantes
Incluindo o docente nesta discussão

a) Qual professor não percebe, com clareza, as diferenças e semelhanças, individuais e coletivas, nos alunos e turmas que atende no seu trabalho diário?
b) Qual professor, em sã consciência, exclui, intencionalmente, qualquer aluno por essa ou aquela razão?
c) Qual professor não vê nos alunos a sua própria condição humana e existencial de ser e estar no mundo?
d) Qual professor não é o primeiro a torcer pelo sucesso dos seus alunos e o seu próprio?
e) Qual professor não reconhece no seu aluno um parceiro na construção de seus conhecimentos?
f) Qual professor não se sente responsável pela correção de atitudes ao ensinar e aprender e, ao mesmo tempo, angustiado por perceber exigências de conhecimentos habilidades, específicas e gerais, para as quais não foi habilitado, nem é atendido, nem é preparado?
g) Qual professor não se sente inquieto ao ser obrigado a assumir uma carga horária de trabalho desumana, que compromete a qualidade de seu trabalho, a aprendizagem de seus alunos e a sua relação familiar?
h) Qual professor não sonha com um outro modelo de organização escolar que contemple o desenvolvimento humano de modo privilegiado?
i) Quando, ao longo do tempo, no decorrer do exercício de sua profissão, o poder público, político e econômico, se preocuparam com a formação permanente dos profissionais da educação efetivamente?
j) Qual professor não quer ser feliz e fazer o outro feliz?
A vida é curta demais e não deve sobrar tempo para irresponsabilidades.
Tentar responsabilizar o professor e os demais profissionais que atuam na escola pelas dificuldades de implantação e implementação de um projeto de inclusão e integração às pessoas portadoras de deficiências e necessidades especiais é, no mínimo, ter uma visão míope da realidade da escola brasileira e de seus profissionais. E, implantá-lo sem considerá-la é tornar inviáveis sua implantação e implementação e, uma demonstração clara de absoluta falta de sensibilidade e ética com todos os envolvidos, em especial, com as pessoas portadoras de deficiências específicas e com necessidades especiais de atendimento e apoio contínuos e permanentes.
A forma como a escola historicamente sempre foi organizada e administrada no Brasil é excludente, seletiva, preconceituosa e com objetivos alheios aos interesses e expectativas do seu povo. Os jesuítas impõem aos nossos nativos, seus valores e culturas. Exclui os índios de sua própria cultura. Com a vinda da Família Real, (1808) e com a Independência (1822), a preocupação principal do governo era a formação das elites dirigentes do país. Exclui o povo, escravos e os índios... E, assim, se vai selecionando e separando, preconceituosamente, quem é bom e quem é ruim, quem serve e quem não serve, segundo os interesses da elite econômica e política de cada espaço e tempo histórico da evolução humana, material e tecnológica das sociedades. Infelizmente, a humana é muito mais lenta. “A gente vive, eu acho, é mesmo para se desiludir e desmisturar.” (Guimarães Rosa )
O equívoco na implantação e implementação é sempre o mesmo: procedimentos verticais, unilaterais e obscuros, sempre de cima para baixo – tudo na base do “eu mando e você obedece, sem discussão.” Procedimentos que dificultam a compreensão e a execução de quem, (a escola) de fato, poderão contribuir eficazmente nesse processo de inclusão/integração, seja ele qual for e para quem for. “Vida não é cousa terrível?” (Guimarães Rosa)
O que preocupa a escola não é a inclusão e integração de pessoas com deficiências e necessidades especiais na mesma, é a forma como esse processo está sendo implantado e implementado, isto é, a desconsideração da realidade da maioria das escolas públicas brasileiras nas pequenas e grandes cidades e, também, as das zonas rurais e, conseqüentemente e principalmente, a desconsideração ética na forma como as pessoas portadoras de deficiências especiais e, portanto, com necessidades especiais de atendimento são atendidas nas escolas regulares. Nesta realidade, principalmente, antes de se falar na formação dos profissionais que atuam nessas escolas públicas, é impossível, não apontar que, ainda, hoje, em cada sala de aula, da maioria das escolas públicas urbanas tem, no mínimo, 30 a 55 alunos. Como atender com qualidade as pessoas portadoras de necessidades especiais nessas salas de aula? A escola já atende, hoje, os dependentes químicos, deficientes físicos em espaços inadequados (cadeirantes), discentes com baixa visão, com dificuldades acentuadas de audição, de fala e de cognição. Atende com muitas dificuldades, quase sozinha, pois a maioria não tem profissionais especializados, nem a quem “encaminhar” os alunos carentes financeiramente, que necessitam, nesse sentido também, de atendimento especial. Logo, não é novidade a presença dessas pessoas na escola pública e que são atendidas precariamente, nunca como merecem, à altura de suas necessidades específicas.
Incluir, na escola pública como a maioria das escolas públicas está, discentes portadores de deficiências especiais e necessidades especiais de atendimento numa perspectiva quantitativa não é incluir. É, justamente, o contrário. Será que as pessoas portadoras de deficiências especiais e suas famílias já pensaram nisso? Será que pensar assim, é pensar pelo viés do senso comum? Se assim for, mais uma vez, constata-se que, realmente, a escola pública não está preparada para receber e atender com competência esses alunos e nem os demais.

Relatos de Experiência e Pontos de Vista

“O Projeto de Lei que torna as escolas inclusivas aos portadores de deficiências especiais, tem como objetivo tornar a escola mais democrática. Inicialmente representa a socialização das pessoas que de forma ou de outra não possuem capacidade para explorar o mundo que as rodeiam. Por outro lado, como profissional da educação, fico muito preocupada com as condições em que esse “aluno especial” encontrará em uma escola que não ofereça estrutura física e nem pedagógica. As escolas não oferecem curso de especialização a nós professores e educadores para que possamos lidar com alunos em condições específicas num universo de cinqüenta alunos, sendo que, o número que a Lei prevê já extrapola o número ideal para se trabalhar nesse contexto aluno/professor.” ( – professora de Ciências e biologia na escola básica no ensino Fundamental e Médio do Sistema Estadual de Ensino /MG - 25 anos)

“Acho que eu teria muita dificuldade de mediação de ensino-aprendizagem, se tivesse, na minha turma de pré-escola algum aluno com deficiência especial. Fiz os três anos de ensino médio e dois anos de colegial-normal. Na minha formação para o exercício do magistério nas primeiras quatro séries do ensino fundamental tive algumas aulas sobre esse assunto. Leio muito sobre o assunto, mas sei que preciso de um conhecimento mais aprofundado e de orientação adequada.” ( Atua na pré-escola - rede privada - dois meses)

“Tenho um aluno na 6ª série, que apresenta deficiência motora ( cadeirante ). Não escreve, apenas ouve as aulas, fala com bastante dificuldade, mas participa delas, com naturalidade. Ele é muito afetivo e receptivo. Com o tempo, passei a entendê-lo. Os colegas o tratam muito bem e o apóiam muito. Ele faz as avaliações digitadas, pois, apesar de não escrever, domina perfeitamente o computador. Apesar de ter me adaptado ao modo de vida desse aluno, ainda não me sinto preparada para o atendimento de alunos com deficiências especiais, pois as salas são lotadas e não fiz um curso para me especializar nesse assunto, embora, sempre procuro ler e me informar sobre o assunto.” (– professora de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental e do Ensino Médio do Sistema Estadual de Ensino/MG - 27 anos de magistério -)

“Tenho um aluno deficiente (surdo e não sei se é mudo) que não sabe a linguagem de sinais, porque a mãe não admite que o mesmo aprenda libras. Ele precisa, segundo a mãe, aprender a labial para entender os outros. Os colegas conseguem entendê-lo e ajudá-lo com a maior facilidade, porque já estão juntos há muito tempo, mas eu não consigo, a não ser que eu escreva, no caderno, tentando explicar-lhe o conteúdo, o que é muito difícil, pois tenho uma turma de 35 alunos e vários apresentam outros problemas de aprendizagens (cognitiva e comportamental), não me sinto segura e não fui preparada, não tendo na minha formação conhecimentos para este tipo de inclusão, já que tenho outros em processo de inclusão ( analfabetos, dependentes químicos, comportamentais, sociais), apesar de estar sempre em constate processo de formação e atualmente estar fazendo a minha 3ª especialização, enfocando, agora, a Educação. Considero ainda a teoria distante da prática .” (  – professora de Língua Portuguesa do Ensino Médio e Ensino Fundamental do sistema público e privado – 20 anos ).

“Já tive alunos portadores de deficiências especiais. Em 2000, lecionei Geografia na Escola Y do Sistema Estadual de Educação/MG para um jovem deficiente visual. Normalmente eu ditava o conteúdo e escrevia em braile e os livros em braile, ele não tinha. Lecionei, também, no noturno e vespertino, para alguns alunos com deficiências emocionais sérias, auditivas e excepcionais. A aluna excepcional era bem calma e tranqüila. Tinha dificuldades em aprendizagem e escrevia somente em letra de forma, mas os colegas gostavam muito de ajudá-la. Ela era aceita pela turma. A outra com problemas emocionais era difícil, pois ela se irritava com qualquer coisa. Os colegas não podiam nem olhar para ela. Muitas vezes ela começava a passar mal dentro da sala. Era preciso ter um jeito especial de tratá-la e ela rejeitava esse jeito especial de tratamento. Quando ela começava a esfregar um pé no outro eu já percebia que ela não estava bem. Normalmente ela se irritava com os colegas e não aceitava errar e nem ajuda. Pelo seu jeito de ser, ela não era bem aceita pelos colegas. ”(Professora – Geografia – ensino básico – Fundamental e Médio – Sistemas público de ensino Municipal, Estadual e Privado – 6 anos )

“Inclusão - efeito de incluir, mas ainda vejo a educação para deficientes especiais, auditivos, visuais ou mentais nas escolas públicas como colocadas à margem de priorização. Professores ainda não são selecionados, tendo como requisitos básicos especializações para esses fins. O critério de seleção está falho. O dia que esta exigência estiver acontecendo os deficientes serão, de fato, privilegiados. Em oito anos de trabalho tive duas alunas deficientes visuais. Percebi logo que a deficiência era apenas visual e participava muito bem das aulas. Eu explicava a matéria e quando eu usava o quadro a colega do lado, sempre disposta, ia lendo para ela ouvir e copiar usando braile. As avaliações eram feitas oralmente. Quanto aos deficientes auditivos, percebi que os mesmos já freqüentaram instituições especializadas, apropriadas. Percebi que lêem mais pelos lábios de quem fala. A escrita é desconexa, eu compreendia e valorizava. Isso é o pouco que fui capaz de compreender sozinha. Tive oportunidade também de presenciar em salas de aula das três primeiras séries do ensino fundamental, todos numa só sala de aula, na cidade e, um aluno que não conhecia nada, não falava, apenas copiava e não podíamos fazer nada! Fala-se tanto de evolução e como a administração escolar é capaz de assumir uma sala desta forma?” (- Professora de Língua Portuguesa – Sistemas Público e Privado de Ensino –Ensino básico – Fundamental e Médio – 8 anos )

“Sou professora na rede pública de ensino. Não me sinto preparada para uma empreitada de tamanha responsabilidade. Preciso de conhecimentos gerais e específicos, didáticos e pedagógicos, recursos materiais e humanos (não estou me referindo aos conhecimentos clínicos de especificidade de cada necessidade especial e que exigem profissionais, também, especializados). “Só aos poucos é que o escuro é claro.” (Guimarães Rosa). Sinto que precisamos pensar juntos, dialogar, refletir, discutir, propor, decidir e rápido, com a urgência e relevância que o assunto merece, porém, com serenidade, equilíbrio, conhecimento e responsabilidade, sem atropelos. “Eu acho até que é bom falar. Quem sabe... Assim, ao menos, “não fica roendo, doendo dentro da gente...” (Guimarães Rosa) E a gente pensando que, é só a gente, que pensa assim, que é só a gente que está tendo dificuldades para entender esse assunto. Nunca tive alunos portadores de deficiências especiais. Não creio que, “obrigar”, através da Legislação, as escolas públicas receberem os discentes portadores de deficiências especiais seja caminho para a eficácia da implantação e implementação desse processo de inclusão, em especial.” ( – Professora de Língua Portuguesa – Ensino Básico – sistemas públicos e privado de ensino – 25 anos de magistério - )

São relatos/depoimentos importantes e imprescindíveis a um diálogo como esse. Um diálogo que não tem a pretensão de apontar sugestões e soluções mágicas e esgotar o assunto e muito menos de minar propostas e decisões sérias e comprometidas de fato com as pessoas portadoras de deficiências e necessidades especiais. Sem esquecer de considerar, aqui também, pessoas outras, analfabetas, que vivem à margem da sociedade legalmente constituída e reconhecida que, sequer, possuem registro de nascimento e muito menos certidão de óbito. São pessoas caídas nas calçadas das cidades que se “acostumaram” a ser ignoradas pelas pessoas incluídas, cuja existência, é legal e quantificada pelo IBGE, que por sua vez, muitas se “acostumaram” a ignorar os seus iguais sem nenhum constrangimento, a ponto de não enxergarem as pessoas que trabalham em funções mais humildes nos lugares que freqüentam todos os dias.
São relatos/depoimentos ricos e reais de profissionais experientes e novatos referendados nas suas vivências de sala de aula e que revelam uma parte da realidade da maioria das escolas brasileiras, públicas e privadas. A realidade, na qual os profissionais da educação, em geral, não somente professores, mas principalmente, se encontram. Elencar os componentes, dessa realidade, como a formação adequada, a oportunização da autoformação reflexiva, salários decentes, o lazer e cuidados com a saúde, sejam necessários à compreensão dos fatos que se impõem à mesma.
Considerar os relatos/depoimentos é reconhecer a realidade tal qual ela é. Vê-la com clareza e percebê-la e diagnosticá-la com lucidez é imperioso se é que, queremos mais acertar que errar e causar menos danos possíveis às pessoas portadoras de deficiências e necessidades especiais, carentes ou não, financeira, emocional e afetivamente e, também, às “pessoas outras”, que estão à margem das benesses da sociedade legal de... todos ??!
No livro “Muito Prazer, Eu Existo” de Claudia Werneck, ela diz: “No que se refere ao jovem com síndrome de Down, no Brasil, uma série de mal-entendidos culturais, ao longo do tempo, resultou em áreas de formação profissional não idônea. Foi um erro, pois sem um projeto específico, apenas reproduzimos cópias mal-estruturadas de modelos internacionais.” O que rola nas conversas entre professores é justamente isso, o receio de cada um, de sem estar devidamente preparado, causar danos maiores e muitos, com certeza, irreparáveis. Não vejo esse receio como omissão, preconceito, ignorância, comodismo, mas como consciência de responsabilidade, zelo e ética. Esta avaliação não está sendo feita pelo viés do senso comum e emocional. São justamente estes valores que não se pode deixar de considerar. A complexidade humana não deve ser desconsiderada nesse diálogo.

Trocar experiências, saberes construídos na lida de uma sala de aula: uma realidade aqui e... em outras escolas... (possivelmente)

Numa escola pública municipal com 765 alunos, distribuídos em 9 salas de aula por turno, organizada em três turnos, da educação infantil ao 3º ciclo do ensino fundamental e projeto da EJA, considerada pequena, trabalham aproximadamente sessenta seis pessoas, das quais, quarenta são professores e apenas seis disseram, em entrevista efetuada especificamente para esse fim, que têm experiência no ensino para portadores de deficiência especial. Experiência essa decorrente de situações vividas nas suas vidas pessoais ou apenas como profissionais, nas suas salas de aula. Nenhum desses profissionais admitiu ter recebido quaisquer orientações ou cursos que os ajudassem nas suas dificuldades didáticas no cotidiano da sala de aula.
Dos 35 profissionais que participaram dessa entrevista, quatro destes, tem quatro anos de experiência profissional, menor tempo constato na mesma e os demais de cinco a 27 anos de magistério. Com relação ao conhecimento da Declaração de Salamanca (1994) e Educação Para Todos, 34 profissionais admitiram conhecer tais propostas de inclusão e, não vêem os termos inclusão e integração e educação especial como sinônimas, porém ignoram como na prática essas especificidades de atuação e procedimentos didáticos e pedagógicos possam ocorrer no cotidiano da escola considerando a forma de como a escola é organizada hoje.
Dos 35 profissionais entrevistados, 33 esperam retorno do resultado dessa pesquisa e dois não responderam à questão.
Avaliando o resultado dessa pesquisa, nessa escola municipal, pode-se concluir que a inclusão aos portadores de deficiências específicas (especiais) e necessidades especiais é um tema que ainda necessita de mais informações alicerçadoras sobre o assunto e que possam sustentar comprometimentos conscientes pelos profissionais que atuam na escola, na pública de um modo geral. Deve-se considerar, aqui, o poder de suscitar discussões, diálogos, decisões e capacidade de coordenação de todos os outros segmentos da escola. Rosita Edler Carvalho, no seu livro “Educação Inclusiva: com os pingos nos “is””, 2004, diz: “cabe a todos, desde o porteiro da escola até os que ocupam postos de chefia, nos altos escalões decisórios. Foi esta a mensagem que tentei transmitir, explicando que todos somos responsáveis tanto na prevenção primária, evitando-se que surjam as barreiras quanto em sua eliminação, o que requer trabalho de equipe, sem descaracterizar a vontade política dos gestores.”
No que se refere aos professores Carvalho (2004) continua nos fazendo pensar:
“De modo geral, quando se tenta tirar o aluno “da berlinda” quem tem ocupado seu lugar, como réus, são os professores, acusados de negligência, de desinteresse, acomodação, despreparo, etc. E isso não me parece nem justo, nem procedente.”

Seminariando estudos e semeando experiências e reflexões

Na Reunião, na qual, foi realizada a entrevista, foi proposta uma outra, cujo objetivo seria dar continuidade ao levantamento da realidade da escola quanto aos temas Inclusão/Integração, ponto de vista conceiptual e a Inclusão aos Portadores de Deficiências Especiais e Necessidades Especiais. A proposta foi acatada por todos os profissionais presentes na mesma. Os grupos de estudo foram formados livremente e os temas sorteados e, outro encontro foi marcado, ficando decidido que os assuntos seriam apresentados por todos em forma de seminário.
Decorridos cinco meses, o seminário foi realizado. Exceto dois grupos deixaram de apresentar o resultado dos estudos feitos por escassez de tempo. Eram seis grupos para apenas uma manhã. Na organização da apresentação dos estudos realizados, foi decidido que esses dois grupos apresentariam numa próxima reunião que seria marcada juntamente com os demais grupos de estudo. O que foi feito.
O Seminário teve como assuntos norteadores e de fundamentação teórica textos previamente selecionados:
a) Educação Para Todos (- 1990- ) e Um Olhar Pelo Mundo - de Mônica Pereira dos Santos (Coletânea de Textos. Org. pela Professora do Curso de E.Especial- UFU – 2003)
b) Educação Especial – Entre a Técnica Pedagógica e a Política Educacional – de Shirley Silva (Coletânea de textos. Org. pela Professsora do Curso de E.Especial- UFU -2003)
c) Declaração de Salamanca de 1994 - MEC
d) Os novos paradigmas – de Romeu K. Sassaki (Coletânea de textos. Org. pela Professora do Curso de E.Especial – UFU-2003)
e) Resolução do CNE/CEB nº 02 de 11 de setembro de 2001
f) Avaliação – Apreciação dos estudos e discussões realizados.

Já de início, na organização dos assuntos a serem apresentados e discutidos pelos grupos de estudo, percebe-se a escassez de tempo para tal, ao mesmo tempo, também, é constatada a naturalidade e entusiasmo com que esses profissionais aderiram a essa proposta de estudo e acataram a sugestão dos temas, no intuito de buscarem para si e por si, informações que pudessem facilitar-lhes suas práticas pedagógicas. O espaço para troca experiências e de conhecimentos na escola ainda é recurso a ser conquistado e de extrema importância para todos os segmentos que compõem o conjunto de profissionais que nela atuam.
“A barreira existente é a periodicidade desses encontros, geralmente mensais e nos quais se utiliza muito tempo para tratar de assuntos administrativos. O ideal seriam encontros semanais, especialmente voltados para a discussão da prática pedagógica, para estudos teóricos e para estimular a pesquisa em educação.” ( Carvalho - 2003 )
Além dos textos e autores sugeridos pelas Supervisoras/Coordenadoras Pedagógicas, os Professores buscaram outras fontes de leituras e pesquisas como revistas, livros, filmes e depoimentos escritos de outros colegas.
No decorrer das apresentações e discussões em torno dos temas, os professores apontam como fatores de obstáculos possíveis à condução do processo de inclusão, seja ela qual for:
a) Currículo;
b) formação adequada aos gestores e aos especialistas de ensino (Diretores e Vices, Supervisoras Pedagógicas e Escolares e Orientadores Educacionais).
c) a cultura de avaliação que ainda hoje impera na maioria das escolas;
d) a formação do professor;
e) a saúde do professor tanto física como psicológica;
f) a quantidade de alunos na composição das turmas;
g) as dificuldades do próprio professor em reconhecer suas limitações, decorrentes de limitações pessoais de articulação das mesmas e buscar soluções adequadas;
h) ausência, de um modo geral, nos próprios professores, de iniciativa na busca de informações pertinentes e de auto-formação;
i) necessidade de se incluir os próprios professores nesses processos de inclusão (social, cultural, educacional) pelo poder público, ou seja, pelos gestores da educação nas esferas federal, estadual e municipal e, também, a necessidade de incluir as famílias e os portadores de deficiências específicas e necessidades especiais de atendimento, de maneira mais ampla e eficaz, nas discussões e decisões estabelecidas;
k) mudanças de paradigmas, de conceitos e preconceitos que levem às mudanças comportamentais em todos os segmentos da sociedade e não só dos profissionais que atuam nas escolas, em geral;
l) buscar profissionalização adequada aos portadores de deficiências especiais e específicas com necessidades especiais de atendimento ;
Para Carvalho
“As escolas inclusivas são escolas para todos, implicando num sistema educacional que reconheça e atenda as diferenças individuais, respeitando as necessidades de qualquer dos alunos. Sob essa ótica, não apenas portadores de deficiências seriam ajudados e sim todos os alunos que, por inúmeras causas, endógenas ou exógenas, temporárias ou permanentes, apresentem dificuldades de aprendizagem ou no desenvolvimento.” (2003, p. 29)
E, assim, também, famílias e os profissionais da educação como um todo, devem ser considerados, incluídos e não somente integrados, inseridos nesse processo, nessas discussões, nessas decisões.

Reflexões sobre a fala do (a) Professor (a)
Trocando idéias, construindo relações de conhecimentos

“O mais bonito no professor é ser capaz de assumir suas dificuldades e buscar soluções junto aos colegas.” ( Profa. Jaqueline )

“É importante que o professor tenha iniciativa de buscar novas leituras de mundo, de auto-formação, de informações sérias a respeito do assunto.” (Profa. Elinêz )

Na verdade, percebe-se que o professor tem sensibilidade e consciência plenas de seus deveres de profissional consciente e atuante que é e, que historicamente, sempre foi.
O que está sendo posto é a falta de oportunidade que esse profissional tem, de fato, de investir no aprimoramento de seus conhecimentos de forma eficaz, de modo que, ele mesmo possa investigar, à luz do conhecimento científico, sua prática pedagógica. Ele precisa dessa oportunidade de construção do seu próprio conhecimento, necessidade espacial, um momento de estudo, reflexão individual e outro de troca, de diálogo reflexivo com seus parceiros. Ele precisa falar e ser ouvido e necessidade de ouvir na mesma proporção. Necessidade de considerar e ser considerado, respeitado, estimado.
As dificuldades oriundas, muitas delas, na organização interna das escolas, de modo geral, nas relações de trabalho no interior de cada unidade escolar, umas com mais dificuldades que outras, na falta de uma cultura de reuniões específicas para estudo e discussões afins, nas improvisações de procedimentos didático pedagógico no cotidiano escolar, no espontaneísmo, na dependência dos gestores das unidades escolares, das Secretarias de Ensino, municipal, estadual e federal, do MEC, nos projetos vindos dessas instâncias de poder que a escola desenvolve sem nenhuma, ou quase nenhuma, vinculação com os interesses e necessidades específicas da mesma, na impossibilidade do professor de participar de reuniões afins, na falta de recursos materiais e financeiros dos professores e educadores, na falta de espaços “tempo” para promoção de reuniões afins, na falta de uma formação eficaz, continuada e permanente de todos os profissionais da educação, na falta de interação, integração e parcerias da escola ou Secretarias de Ensino com Universidades ou Faculdades no intuito de aprimorar conhecimentos e projetos de pesquisas, na falta de competência da coordenação administrativa e pedagógica na escola, nas Secretarias Municipais, Estaduais e Federais, na falta de conhecimento e de habilidades técnicas específicas de organização e capacidade de articulação administrativas, funcionais e pedagógicas dos gestores, educadores e professores e, numa porcentagem menor, dos professores e outros profissionais que atuam no interior da escola que não manifestam nenhum interesse pelo trabalho escolar ou em reuniões ou qualquer coisa vinculada à mesma. É a realidade constatada na pesquisa feita.
É nessa realidade do dia-a-dia que os professores e professoras avaliam todo o processo de inclusão, seja ela, social, educacional, ou, especificamente, aos portadores de deficiências especificas (especiais) com necessidades especiais de atendimento e, assim, não se omitem, mas avaliam com responsabilidade e conhecimento de causa e efeito. É importante considerar que esses profissionais, também, constroem novos conhecimentos e novas práticas de ensino e relações interpessoais e intrapessoais no seu cotidiano profissional e têm muito a compartilhar.
Os professores, muitas vezes, se vêem impossibilitados de construírem uma nova base de conhecimentos e propostas de didáticas pedagógicas para si mesmas, pois falta-lhes o incentivo, o reconhecimento, o respeito e a interação com o poder público e gestor de bases de conhecimentos que não são ou podem não ser, de repente, as que lhes permitem confiar no que estão descobrindo com suas práticas. Consequentemente, de modo solitário, sem o tempo e o momento necessários e importantes para a socialização e discussão com seus pares de suas descobertas e expectativas continuam interagindo com seus alunos como podem.
Assim, a transformação, a vitalidade da educação, fica apenas no discurso, como os próprios professores dizem popularmente, “fica só no papel e papel aceita tudo”.

“Os próprios professores precisam ser incluídos de fato nesses processos de inclusão.” (Profa. Júlia )

Ela está se referindo às propostas de inclusão das quais já ouviu, todavia ela não tem conhecimento de inclusão (social, cultural e acadêmica) de professores.
Que leituras se pode fazer desse discurso? Que história esse texto traz para todos os educadores e professores que trabalham diretamente nas unidades escolares espalhadas pelo Brasil afora? E para a professora Júlia? Qual é a sua história? Qual é a sua experiência de relações humanas e interativas que tem com seus pares e não pares (pelo menos a priori, não pares)? São parceiros? Quem é a professora Júlia? O que sabemos dela? É casada? Tem filhos? E se os tem, onde estudam? Por que ela escolheu essa ou aquela escola para seus filhos? Quais são as suas crenças? E sua saúde? Como está? Nas suas hora de lazer, o que faz? A professora Júlia tem horas de lazer e momentos de prosa fiada e boas risadas, gargalhadas? Ela vai à igreja? Que igreja? Que livros ela lê? Que CDs ela ouve? Navega na internet com os filhos? E com os amigos? Revistas? Jornais?! Revistinhas de história em quadrinhos? Cursos? Caminhadas? Sem comentários e grandes reflexões. E, assim vai ou vamos indo... Consciência os professores têm e vontade também.

“Os próprios deficientes ou suas famílias se excluem, é muito difícil, não é tão simples como parece a muitos.” (Profa. Lenice)

“Ninguém está pronto, preparado para receber uma criança portadora de deficiência especial, eu, por exemplo, perdi os primeiros anos lindos de minha neta, quem desfrutou dessa convivência maravilhosa foi a outra avó, tudo, porque eu estava despreparada para recebê-la sem nenhum preconceito”(Profa. Cida Tosta)

“Aceita no outro, no meu, não!” uma das professoras presentes ao se referir à dificuldades de se aceitar o “diferente”. (Profa. Lenice )

As “falas” das professoras falam por si mesmas! Contra os fatos não há argumentos. A realidade é esta na maioria das escolas brasileiras. Negá-la é inviabilizar, de vez, a educação brasileira e desqualificá-la conseqüentemente. Criticidade, criatividade, sensibilidade, vontade, aliados aos preconceitos decorrentes da falta de conhecimentos e experiências no processo de formação e informação dos professores, em geral, é inegável. Postura assumida pelos próprios professores ao reivindicarem maior qualificação, oportunidade de formação eficaz, continuada e permanente.

“Gostei muito dos temas que foram sugeridos. Acho-os oportunos e procedentes, pois é essa a realidade que está sendo posta e imposta por si mesma. Cabe a nós fazer o que melhor pudermos fazer para que todos, realmente, conquistem seu espaço na sociedade. Precisamos continuar nos encontrando e trocando experiências.” (Profa. Gláucia - do grupo de avaliação)

“Concordo, precisamos buscar informações, trocar informações e, também, considerar a adequação dos espaços físicos de nossas escolas que não foram construídas levando em consideração essas diversidades de deficiências físicas especiais.” (Profa. Antônia )

Percebe-se nas “falas” de ambas o reconhecimento da importância dos temas abordados e a legitimidade de direitos a todos, de todos e para todos, tanto para os profissionais que atuam nas escolas como para as famílias e para os portadores de deficiências especiais e, conseqüentemente, de necessidades especiais, de atendimentos, apoios contínuos e permanentes. Segundo Carvalho (2004) “Cabe, portanto, a todos nós em geral e ao poder público em particular, remover as inúmeras barreiras ainda existentes para garantirmos a todos o acesso e permanência com êxito nas nossas escolas, até a conclusão das diferentes etapas do fluxo de escolarização do sistema brasileiro, respeitando-se os interesses e as peculiaridades de cada educando.” E, paradoxalmente, pode-se concluir com Guimarães Rosa “ Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende.”

Concluindo... Deixar a Porta Aberta... O diálogo Deve Continuar

A educação, o ensino, os professores, os discentes, a escola, inegavelmente, são fundamentais para o desenvolvimento de quaisquer sociedades. Para a sociedade brasileira não é diferente. Será que o começo da construção de uma sociedade transformadora não se inicia nos e com os professores que atuam nas escolas? Claro! Todos hão de concordar e concordamos! Contudo, concordâncias não condizem com os fatos, com a aplicabilidade das Leis, Portarias e Decretos. A realidade é outra! Anotem! Não é intenção desse diálogo, negar a importância e necessidades naturais da regulação jurídica que asseguram direitos e deveres a quaisquer cidadãos através da legislação afim. Critica-se, aqui, a falta do cumprimento das orientações contidas nas mesmas pelos gestores, financiadores e coordenadores dos planos e programas de inclusão. Será por que a maioria dos diretores, vices, pedagogas (supervisoras escolares e pedagógicas, orientadores educacionais), professores e educadores, de forma geral, não conhecem os documentos: A Carta do Terceiro Milênio de 1999, Conferência Internacional do Trabalho – Convenção 159, Decreto 2.208/97, CONADE – 116/99, Decreto 3.952/2001, CORDE, Lei 9394/96, Lei 10216/2001, 10098/94, 10436/2002, 10845/2004, o documento orientador do MEC/2005 – Educação Inclusiva: direito à diversidade, Plano Nacional de Educação Especial, Portaria 319/99, Resolução CNB/CEB 2/2001? Não será falta de uma política organizativa e intencionada de socialização adequada e eficaz de formação e informações às pessoas que carecem das mesmas e a toda a sociedade? E, também, onde estão as mídias (imprensa em geral) formadoras e informadoras de opinião e conhecimento? O que significa ética, cidadão, cidadania, compromisso, responsabilidade, consciência de valor humano, de papel social para essas empresas?
A colheita dos frutos pode demorar um pouco mais, mas é certo. O “lucro” tão almejado e cobiçado, paradoxalmente, por todos os segmentos da sociedade pode ser para todos. O resultado qualitativo desse investimento requer paciência e espera de quem gosta de “resultados imediatos” (lucros financeiros), todavia, espera-se que esse resultado seja para toda a sociedade. E, possivelmente, não será somente para uma parcela de três a quatro por cento da população brasileira como é hoje. É utopia. A utopia faz parte do caminho. Ela está presente nas chegadas, nas partidas, nos trajetos de cada indivíduo. Os professores, materialmente presentes nesse diálogo, são concretos. Seus sonhos, expectativas, ânsias e necessidades da maioria são reais e asseguram o desejo de realizá-los, mesmo e tão somente, através dos e nos espaços de sala de aula.
Findar esse diálogo? Não! Mesmo porque a condição de acertar mais do que errar depende fundamentalmente dele. Depende da qualidade do processo da capacidade de dialogar, conversar, de trocar conhecimentos e informações, da capacidade de ouvir, de criar e recriar sempre, de identificar e reconhecer preconceitos, de discernimentos e disposições humanas para se continuar evoluindo em todos os sentidos da existência do Homem.

“Cada momento da minha vida pessoal e profissional, investida em formação inicial e continuada, na pesquisa sobre vida de professores, em diferentes lugares do Brasil, representa um aprendizado novo, um intenso compartilhar, a reconstrução de uma história viva, que fala de viveres, quereres, tempos, lugares, costumes, culturas, memórias que entrecruzam memórias coletivas, prontas para serem registradas, lidas e assimiladas”.
( Profa. Dra. Selva Guimarães Fonseca -2004 )
E agora...

A Inclusão social, educacional de portadores de deficiências específicas com necessidades especiais de atendimento na escola regular seja, a princípio, de responsabilidade de todos, porém, a escola, em termos gerais e, não em sua especificidade, não pode se furtar de se incluir nessa atitude de formação e conscientização. A escola inclusiva/integradora/inserciva, humanizadora, além de se compreender, se aceitar, se reconhecer como tal, precisa também, de estar consciente de suas limitações e de suas responsabilidades decorrentes de sua função e suas especificidades e assim, poder agir com maturidade e autonomia, na e para a comunidade, que ela atende. Percebemos concretamente a necessidade de se ampliar nas escolas públicas e privadas o leque de discussões e reflexões sobre os conceitos e concepções de inclusão, integração, inserção, deficiências/necessidades, ensino/aprendizagem, metodologias/didáticas, plano de ensino/planejamentos, formação/informação, solidariedade, diálogo gestão, autoridade, transparência de proposições, autonomia, participação consciente, criadora e crítica, novos organogramas das escolas e secretarias de educação e assim por diante .Tudo isso, passa pelos profissionais que atuam na educação de um modo geral.
Assim pensando, portanto, priorizar a valorização desses profissionais em todos os sentidos de Vida (profissional, econômico, saúde, lazer) é fundamental para o sucesso do processo de quaisquer planos e formas de inclusão com qualidade, compromisso, cidadania, e ética.

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