quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Como vejo o Coordenador de Ensino (Antes nominado como Supervisora, Orientadora, Especialista, Pedagoga... são tantos os nomes! Uma verdadeira crise de identidade e obscuramente justificada, esvaziada e oxalá intencionada!)

Em alguns Estados e cidades esses profissionais, historicamente, são(ou já foram) denominados como Supervisora Escolar, Orientadora Educacional, Pedagoga, Coordenadora e com funções e remunerações bem distintas dentro das SEMECs ou das unidades escolares. São denominações que trazem consigo vínculos legais garantidos nas efetivações desses profissionais nas redes públicas de ensino através de concursos públicos. Isto, ou seja, as constantes mudanças de denominações tem causado um enorme desconforto para esses profissionais, pois o reconhecimento da identidade profissional e funcional deles fica meio confusa diante das dessas "inovações", determinadas por novos paradigmas de gestão, de aprendizagem e de ensino. Por exemplo, legalmente, enquanto Supervisor Escolar (Pedagógico) fica comprometido quando se pensa que no passado ele tinha como suas funções organizar o trabalho pedagógico da escola, acompanhar, registrar e intervir com a finalidade de buscar os resultados almejados juntamente com o trabalho administrativo e em consonância ao cumprimento de Leis e para complicar um pouco mais, paralelamente, ainda tinha e tem a figura do Inspetor Escolar com funções semelhantes etc, e como tal, remuneradas de forma diferenciada hierárquica. O mesmo acontecia com o Orientador Educacional, funcionalmente, se envolvia de forma integrada com os docentes e com a direção da escola, com o Supervisor, os discentes e famílias. Daí, resolve-se fundir o Orientador Educacional e Supervisor Pedagógico e transfomá-los em Especialistas, isto é,  Pedagoga, subentende-se, especialista em ensino e aprendizagem e, assim entende-se ser o profissional da arte de ensinar e sendo assim, habilitado em avaliar e analisar e orientar o processo ensino e aprendizagem e a encontrar soluções para os entraves presentes na arte de ensinar. Passou o tempo da Pedagoga, a Especialista e veio o do Coordenador Pedagógico, que entendo como uma função e não como um cargo, então, seria um gerenciador, um articulador, dinamizador do processo de ensino e aprendizagem. Esses profissionais devidamente qualificados, nominados e aprovados e respaldados nos concursos públicos, através dos quais foram admitidos pelas SEMECs municipais, estaduais e federais são, hoje, os chamados Coordenadores Pedagógicos, de Ensino, uns atuando nas escolas outros nas Secretarias de Ensino e, pasmem, com o salário funcional de Coordenador, portanto, com prejuízo remuneratório. Assim profissionais concursados para assumirem um cargo e devidamente qualificados e no exercício pleno de suas funções de coordenação, exceto o Inspetor de Escola, em alguns estados e cidades, foram desqualificados igualmente e com prejuízo salarial. Percebe-se que houve mudanças de paradigmas, inovações naturais do nosso tempo em relação às funções e modos de interferências administrativas e gerenciais, porém com a desvalorização desses profissionais nas SEMECs e nas escolas e com o respaldo dos sindicatos quando à implantação e implementação de planos de carreira do magistério. Ressalva-se, no entanto, que os sindicatos fazem tudo e conforme a medida de sua força e a força deles está na participação ativa dos profissionais da Educação nas lutas pela melhoria de salários e condições de trabalho nas instituições de ensino...
E, hoje, devido à descaracterização profissional e funcional  desses profissionais, ainda sem denominação definida,urge buscar sua identidade, valorização profissional e o reconhecimento do seu importante papel para a Educação em todos os níveis de ensino..

Vera Lucia de Oliveira – (Professora e Supervisora Escolar – na função de Coordenadora ETI em uma unidade de ensino municipal – 20 anos)

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